Desculpa porque me tornei num monstro. Numa obsessão poderosa por tudo o que impedia de amar. Trabalho, desporto, obrigações, tudo me impediu de amar os outros, de dispensar-lhes um pouco do meu tempo e voltar a ser alguém.
Quando vocês mais precisaram de mim eu estive distante, em compromissos inadiáveis que adiaram o meu encontro com o amor. Hoje sinto-me estúpida, indefesa perante a vulgaridade da vida, tanto tempo perdido, estupidamente perdido. E vocês precisaram das minhas mãos, dos meus abraços, das minhas palavras, e eu estava longe, no egoísmo dos meus dias, na loucura e na consumição de tornar-me feliz. Como poderia ser mais feliz do que aquilo que me tornavam? Segui nessa correria louca e nem me preocupei em saber quem ficava para trás e quem estava ali do meu lado dizendo-me que estava errada.
Uns perderam-se, outros morreram e eu continuei no meu mundo rancoroso e cruel de quem tem necessidade de refugiar-se na falta de tempo para esquecer os falhanços da vida. Hoje houve tanta coisa que ficou por fazer, por dizer… Tanta gente que quis abraçar, dizer-lhes o quanto os amava e agora, agora é tarde demais. O tempo levou as palavras, levou-vos a vós, eu tornei-me numa vagabunda que percorre toda a casa e se revela incapaz de encontrar algo ou alguém que lhe devolva vida.
A vossa luz perdeu-se no final desse corredor da vida, as papeladas tornaram-me velha e agora as minhas mãos buscam no vazio as expressões que quero abraçar.
Oxalá pudesse voltar atrás no tempo, viver convosco o que não vivi, abraçar-vos antes que fosse tarde demais e a vida vos tirasse da minha rota.
Ter-vos juntos de mim, nessa nossa fogueira de carinho, nas hastas de alegria que atiçavam o fogo do calor que nos unia.
Os meus dedos buscam as vossas figuras nos sítios onde tantas vezes estivemos, hoje tudo não passa de névoa, eu permaneço sentada, canto canções, conto histórias, sorrio para vocês como se o tempo parasse nos breves instantes em que sinto que tinha de ter estado do vosso lado.
Perdoem-me por favor, afinal, era apenas uma flor na idade de nascer, queria desbravar o mundo e mostrar que seria maior, mais forte, imbatível, que as minhas raízes jamais seriam arrancadas. Inocentemente fui colhida pelas hábeis mãos da vida que me mostraram que sem vós não poderia ir mais além.
Tornei-me numa planta perdida na imensidão do jardim da vida, distante e infeliz, sem capacidade para crescer e tornar-me mais forte, dar filhos, alegrar as pessoas à sua passagem. Quis ser maior e tornei-me cada dia mais frágil, tal como uma gota de orvalho que desliza até ao solo onde acaba por morrer, sozinha, perdida, triste.
quarta-feira, novembro 30, 2005
Reencontro
Voltei. Voltei para te ver. Porque nem a distância que separa os oceanos pode separar-nos a nós.
Entrei nessa nave de ilusão e então senti que não havia nada certo, todos os sentimentos se encontravam numa amálgama e eu, só me apetecia abraçar-te para sempre. Tinha vergonha de voltar a ver-te, que te diria, como agiria, o que acharias de mim?
Caminhei pela terra solta como uma heroína que pisa a passadeira vermelha. Conhecia aquele caminho, tantas as vezes que o percorrera que parecia que as pedras, as covas e as bermas ainda eram as mesmas. As mesmas das manhãs frias, das tardes abrasadoras, dos dias bons e também dos maus.
Todos os dias pensava em ti, sentia saudades daqueles momentos que partilhávamos, das conversas, daquilo que me oferecias com o teu carinho. Então tive medo, que já não te recordasses de mim, que agisses com firmeza e me mostrasses o caminho de regresso.
Na verdade, nada mais sabia. Recordava apenas o antigamente, o passado risonho em que eu era ainda uma menina bonita e imatura. No entanto, recordava-me de ti como se pudesse ver-te diante dos meus olhos todos os dias, com a tua voz meiga e suave, com as palavras sábias, com a presença serena.
Cheguei perto do teu local, o único sítio onde tinha a certeza de poder encontrar-te. Os anos passaram e eu senti-me usada pelo mundo e distante dos sítios e das pessoas que outrora tanto amara. Prometi que voltaria, sempre. Afinal, não passei de uma covarde que pela suposta falta de tempo, ou até de coragem se deixou acomodar com tudo aquilo que a vida colocou no seu caminho.
Tudo estava agora mudado, o sítio que tivera aquele brilho incandescente era agora um mar de desilusões. Os vidros estilhaçados, o pouco ruído que se fazia sentir, as flores sepultadas, as faces revoltadas. Antigamente parece que tudo tinha vida, os vidros limpos, a barulheira constante, as flores saltitantes que queriam deixar a sua raiz e saltar-nos para as mãos.
Contive o desespero, olhei em volta e decidi prosseguir.
Não sabia onde estavas mas, recordando os velhos tempos deixei-me guiar por este coração louco que por vezes é farol, bússola e candeeiro.
Lá estavas tu. Como antes, nas quartas à tarde, no entrelaçar dos nossos sorrisos contínuos. Estava tão feliz por voltar a ver-te, ainda que fosse de longe, que nem tivesses reparado na minha presença. Sabia que apenas por isso já teria sido um bom motivo para estar ali.
Esses mesmos cabelos claros, a pele tingida de neve, os olhos penetrantes que se fixavam por momentos no livro que lias. A literatura, a nossa grande paixão. Quem ama nunca esquece, ouviste? Todos os dias antes de adormecer eu lia, apontava, vociferava para mim como se pudesse dizer-te todas aquelas coisas que me saltavam do pensamento. Em cada frase estavas tu, aquilo que me mostraste, o teu sentido que buscou sempre o melhor caminho no meu próprio mundo.
« Psst! Psst! », que saudades tinha deste som com que te chamava normalmente. Ali, naquele momento, alguns anos depois eu estava a chamar-te novamente, parecia irreal e patético, mas estava feliz com isso. Podia ter-te esquecido para sempre mas isso seria impossível.
Levantaste a cabeça do livro e antes de me olhares tive a certeza de que sabias que era eu quem te chamava, que te pedia que me abraçasses.
Corria até ti, como uma menina ansiosa, queria poder contar-te tudo, dizer-te que o tempo foi traiçoeiro, pedir-te desculpa pela longa ausência.
Mas, tu, não me deixaste falar, abraçaste-me nesses teus braços aconchegantes, beijaste-me a testa e apertaste-me contra ti. Chorámos como duas crianças. Voltei a ver esse brilho nos teus olhos, essa luz, o orgulho com que me olhavas. As tuas palavras foram únicas e inesquecíveis, como se eu as pudesse guardar para sempre nesse livro de memórias que há em mim, disseste-me baixinho: «Querida, bom filho à casa torna». E eu voltei a ser a garota que lia e brincava a teu lado, que por ti seria capaz de dar a própria vida.
Entrei nessa nave de ilusão e então senti que não havia nada certo, todos os sentimentos se encontravam numa amálgama e eu, só me apetecia abraçar-te para sempre. Tinha vergonha de voltar a ver-te, que te diria, como agiria, o que acharias de mim?
Caminhei pela terra solta como uma heroína que pisa a passadeira vermelha. Conhecia aquele caminho, tantas as vezes que o percorrera que parecia que as pedras, as covas e as bermas ainda eram as mesmas. As mesmas das manhãs frias, das tardes abrasadoras, dos dias bons e também dos maus.
Todos os dias pensava em ti, sentia saudades daqueles momentos que partilhávamos, das conversas, daquilo que me oferecias com o teu carinho. Então tive medo, que já não te recordasses de mim, que agisses com firmeza e me mostrasses o caminho de regresso.
Na verdade, nada mais sabia. Recordava apenas o antigamente, o passado risonho em que eu era ainda uma menina bonita e imatura. No entanto, recordava-me de ti como se pudesse ver-te diante dos meus olhos todos os dias, com a tua voz meiga e suave, com as palavras sábias, com a presença serena.
Cheguei perto do teu local, o único sítio onde tinha a certeza de poder encontrar-te. Os anos passaram e eu senti-me usada pelo mundo e distante dos sítios e das pessoas que outrora tanto amara. Prometi que voltaria, sempre. Afinal, não passei de uma covarde que pela suposta falta de tempo, ou até de coragem se deixou acomodar com tudo aquilo que a vida colocou no seu caminho.
Tudo estava agora mudado, o sítio que tivera aquele brilho incandescente era agora um mar de desilusões. Os vidros estilhaçados, o pouco ruído que se fazia sentir, as flores sepultadas, as faces revoltadas. Antigamente parece que tudo tinha vida, os vidros limpos, a barulheira constante, as flores saltitantes que queriam deixar a sua raiz e saltar-nos para as mãos.
Contive o desespero, olhei em volta e decidi prosseguir.
Não sabia onde estavas mas, recordando os velhos tempos deixei-me guiar por este coração louco que por vezes é farol, bússola e candeeiro.
Lá estavas tu. Como antes, nas quartas à tarde, no entrelaçar dos nossos sorrisos contínuos. Estava tão feliz por voltar a ver-te, ainda que fosse de longe, que nem tivesses reparado na minha presença. Sabia que apenas por isso já teria sido um bom motivo para estar ali.
Esses mesmos cabelos claros, a pele tingida de neve, os olhos penetrantes que se fixavam por momentos no livro que lias. A literatura, a nossa grande paixão. Quem ama nunca esquece, ouviste? Todos os dias antes de adormecer eu lia, apontava, vociferava para mim como se pudesse dizer-te todas aquelas coisas que me saltavam do pensamento. Em cada frase estavas tu, aquilo que me mostraste, o teu sentido que buscou sempre o melhor caminho no meu próprio mundo.
« Psst! Psst! », que saudades tinha deste som com que te chamava normalmente. Ali, naquele momento, alguns anos depois eu estava a chamar-te novamente, parecia irreal e patético, mas estava feliz com isso. Podia ter-te esquecido para sempre mas isso seria impossível.
Levantaste a cabeça do livro e antes de me olhares tive a certeza de que sabias que era eu quem te chamava, que te pedia que me abraçasses.
Corria até ti, como uma menina ansiosa, queria poder contar-te tudo, dizer-te que o tempo foi traiçoeiro, pedir-te desculpa pela longa ausência.
Mas, tu, não me deixaste falar, abraçaste-me nesses teus braços aconchegantes, beijaste-me a testa e apertaste-me contra ti. Chorámos como duas crianças. Voltei a ver esse brilho nos teus olhos, essa luz, o orgulho com que me olhavas. As tuas palavras foram únicas e inesquecíveis, como se eu as pudesse guardar para sempre nesse livro de memórias que há em mim, disseste-me baixinho: «Querida, bom filho à casa torna». E eu voltei a ser a garota que lia e brincava a teu lado, que por ti seria capaz de dar a própria vida.
quarta-feira, novembro 23, 2005
Os Cavaleiros da Noite
Os Cavaleiros da Noite
Os cavaleiros da noite têm medo do dia. São fortes, poderosos, heróis quando colocados à prova perante apostas miseráveis e patéticas.
São rapazes e raparigas, homens e mulheres, que buscam na noite o consolo para os seus dias menos bons, para os falhanços, para as tristezas. Eis que os vemos alegres, imponentes segurando as garrafas de bebida que prometem fazer esquecer o mundo. Sentem-se felizes, então saltam, pulam, bebem uns copos, parecem loucos vagueando no seu mundo de perdição e exibicionismo. Os outros, os sóbrios que se divertem e buscam alegria riem-se dos seus actos, das suas quedas, das suas palavras embriagadas pela crueldade da vida.
De noite em noite, de bar em bar, tudo é para esquecer.
Bebe-se para esquecer, fumam-se “charros”, cometem-se erros graves julgando que essa é a única saída para um Universo de desespero.
Mas, mesmo sendo os mais fracos, os cavaleiros da noite julgam-se temíveis e indestrutíveis enquanto a escuridão consome a sua vontade de viver.
Depois, vem o dia.
O terrível dia em que a luz toma o lugar da escuridão e o mundo volta a ser de todos e não apenas deles. A ressaca apodera-se-lhes do corpo e leva-lhes a alma. Nesse momento, os imbatíveis tornam-se novamente nos meninos de outrora, suplicam para que a dor se vá e em seu lugar venha a paz dos dias felizes. Porque os cavaleiros da noite são os vagabundos do dia. Os frágeis que se escondem por detrás da faceta de heróis, os que são pessoas diferentes sob efeitos de álcool e narcóticos.
Os cavaleiros da noite, perdem de dia os seus cavalos e caminham a pé, desprovidos de forças, descalços tal como mendigos que buscam uma razão para viver. Caminham sem rumo, sem futuro, sem sonhos, afinal no terminar de cada tarde o sol cede gentilmente o seu lugar à lua e então voltam a ser os senhores do mundo.
Que haja luz capaz de iluminar as vidas sem rumo, carinho capaz de colmatar a falta que vive nos seus espíritos, mãos capazes de guiá-los pelo mundo fora, sem as luzes ofuscantes e o nevoeiro constante das noites de solidão e euforia perdidas entre uma e outra esquina.
Os cavaleiros da noite têm medo do dia. São fortes, poderosos, heróis quando colocados à prova perante apostas miseráveis e patéticas.
São rapazes e raparigas, homens e mulheres, que buscam na noite o consolo para os seus dias menos bons, para os falhanços, para as tristezas. Eis que os vemos alegres, imponentes segurando as garrafas de bebida que prometem fazer esquecer o mundo. Sentem-se felizes, então saltam, pulam, bebem uns copos, parecem loucos vagueando no seu mundo de perdição e exibicionismo. Os outros, os sóbrios que se divertem e buscam alegria riem-se dos seus actos, das suas quedas, das suas palavras embriagadas pela crueldade da vida.
De noite em noite, de bar em bar, tudo é para esquecer.
Bebe-se para esquecer, fumam-se “charros”, cometem-se erros graves julgando que essa é a única saída para um Universo de desespero.
Mas, mesmo sendo os mais fracos, os cavaleiros da noite julgam-se temíveis e indestrutíveis enquanto a escuridão consome a sua vontade de viver.
Depois, vem o dia.
O terrível dia em que a luz toma o lugar da escuridão e o mundo volta a ser de todos e não apenas deles. A ressaca apodera-se-lhes do corpo e leva-lhes a alma. Nesse momento, os imbatíveis tornam-se novamente nos meninos de outrora, suplicam para que a dor se vá e em seu lugar venha a paz dos dias felizes. Porque os cavaleiros da noite são os vagabundos do dia. Os frágeis que se escondem por detrás da faceta de heróis, os que são pessoas diferentes sob efeitos de álcool e narcóticos.
Os cavaleiros da noite, perdem de dia os seus cavalos e caminham a pé, desprovidos de forças, descalços tal como mendigos que buscam uma razão para viver. Caminham sem rumo, sem futuro, sem sonhos, afinal no terminar de cada tarde o sol cede gentilmente o seu lugar à lua e então voltam a ser os senhores do mundo.
Que haja luz capaz de iluminar as vidas sem rumo, carinho capaz de colmatar a falta que vive nos seus espíritos, mãos capazes de guiá-los pelo mundo fora, sem as luzes ofuscantes e o nevoeiro constante das noites de solidão e euforia perdidas entre uma e outra esquina.
Asas Partidas
Vivemos nas entranhas daquilo que somos, no nosso mundo, nas nossas restrições desse jogo de poder e inocência que controlamos na perfeição.
O mundo não faria o menor sentido se não fossemos nós. Sempre nós, os nossos problemas, as nossas alegrias, tristezas, os gritos de dor abafados pela voz rancorosa do mundo.
E tu, serias capazes de deixar de voar para nos oferecer asas de cetim, inquebráveis, invencíveis tal como as tuas?
Voas, voas, voas e as tuas asas jamais se partem.
Voas sozinho pelo mundo, com o coração magoado, como se morresses a cada segundo e no minuto seguinte as tuas asas estivessem lá em cima outra vez, como um pássaro que voa sem fim, rumo aos sonhos, rumo ás fronteiras do nosso ser.
E vais por aí, duvidas da verdade, enganas a mentira, fazes-nos acreditar que ter-te do nosso lado é ter o mundo na palma da mão.
A multidão passa por ti, olha-te como um estranho, chama-te louco, comentam segredando que és diferente, riem-se de ti, troçam dos teus passos determinados.
Tu, sereno e feliz, envolto na nuvem azul do teu ser, respondes sorrindo: Riem-se de mim por ser diferente, eu, rio-me por vocês serem todos iguais.
A multidão toca-te, olha no teu rosto agudizado pelo terror dos dias tristes, querem magoar-te, porque a sociedade vive na fome da vingança, na inveja daqueles que encontram tudo aquilo que os faz felizes.
Tentam derrubar-te a todo o custo, um a seguir do outro, cospem-te na cara, tu sorris para eles, sorris para o mundo, limpas o rosto, segues de cabeça erguida. Querem matar-te, és incómodo para o mundo, denuncias a verdade, o teu talento seria capaz de alimentar os podres e insaciáveis deste mundo.
Perseguem-te, levam punhais escondidos, serão capazes dos actos mais baixos para ferir-te. Mas tu não sentes, os punhais trespassam-te a pele e tu continuas a sorrir como um menino. As armas dos homens jamais poderão retirar-te a vida, porque no teu mundo apenas a caneta é arma de arremesso. Nas folhas brancas a mancha de sangue denuncia a dor em que a sociedade vive.
Ès anjo? Ès escritor? Ès sábio? Ès louco?
Não sei, mas és alguém e isso torna-te mais “pessoa” do que todos nós.
Alguém que vive, que pensa, que é livre, nós, há muito desistimos de crescer, de viver, de sonhar, agora combatemos invejosamente aqueles que continuam a tentar fazê-lo.
Deixámos de ser alguém e passámos a ser algo, como os objectos, como os animais, sem racionalidade, sem coração, sem asas que nos permitam voar.
O mundo não faria o menor sentido se não fossemos nós. Sempre nós, os nossos problemas, as nossas alegrias, tristezas, os gritos de dor abafados pela voz rancorosa do mundo.
E tu, serias capazes de deixar de voar para nos oferecer asas de cetim, inquebráveis, invencíveis tal como as tuas?
Voas, voas, voas e as tuas asas jamais se partem.
Voas sozinho pelo mundo, com o coração magoado, como se morresses a cada segundo e no minuto seguinte as tuas asas estivessem lá em cima outra vez, como um pássaro que voa sem fim, rumo aos sonhos, rumo ás fronteiras do nosso ser.
E vais por aí, duvidas da verdade, enganas a mentira, fazes-nos acreditar que ter-te do nosso lado é ter o mundo na palma da mão.
A multidão passa por ti, olha-te como um estranho, chama-te louco, comentam segredando que és diferente, riem-se de ti, troçam dos teus passos determinados.
Tu, sereno e feliz, envolto na nuvem azul do teu ser, respondes sorrindo: Riem-se de mim por ser diferente, eu, rio-me por vocês serem todos iguais.
A multidão toca-te, olha no teu rosto agudizado pelo terror dos dias tristes, querem magoar-te, porque a sociedade vive na fome da vingança, na inveja daqueles que encontram tudo aquilo que os faz felizes.
Tentam derrubar-te a todo o custo, um a seguir do outro, cospem-te na cara, tu sorris para eles, sorris para o mundo, limpas o rosto, segues de cabeça erguida. Querem matar-te, és incómodo para o mundo, denuncias a verdade, o teu talento seria capaz de alimentar os podres e insaciáveis deste mundo.
Perseguem-te, levam punhais escondidos, serão capazes dos actos mais baixos para ferir-te. Mas tu não sentes, os punhais trespassam-te a pele e tu continuas a sorrir como um menino. As armas dos homens jamais poderão retirar-te a vida, porque no teu mundo apenas a caneta é arma de arremesso. Nas folhas brancas a mancha de sangue denuncia a dor em que a sociedade vive.
Ès anjo? Ès escritor? Ès sábio? Ès louco?
Não sei, mas és alguém e isso torna-te mais “pessoa” do que todos nós.
Alguém que vive, que pensa, que é livre, nós, há muito desistimos de crescer, de viver, de sonhar, agora combatemos invejosamente aqueles que continuam a tentar fazê-lo.
Deixámos de ser alguém e passámos a ser algo, como os objectos, como os animais, sem racionalidade, sem coração, sem asas que nos permitam voar.
quarta-feira, novembro 16, 2005
Falso Rebanho
Num ápice roubaram o que é nosso, invadiram a terra que pisámos, o espaço que nos pertence, o passado que vivemos em comum, as alegrias e as tristezas.
E vocês seguiram, como um rebanho guiado por uma ovelha enganada que em falso foi traída pelas armadilhas maliciosas da vida.
Aos poucos perdemos o que era nosso, os sentimentos que nos ligavam uns aos outros, as brincadeiras, os sorrisos, a felicidade da qual outrora tanto nos orgulhámos. Porque vocês precisavam agradar aos outros, aos que surgiram na vossa vida em melhor momento, os que se mostraram mais alegres e mais divertidos, talvez mais falsos e carregados de sentimentos contraditórios, mas isso não interessa. Porque os laços que nos ligavam foram esquecidos em prol da imagem que transparecia do outro lado do espelho, no lugar onde estavam os outros, os que julgariam ou idolatrariam os vossos actos, os que definiriam se se tratavam de boas ou más pessoas.
Então os nossos rostos ficaram encerrados nas gavetas do vosso pensamento, no álbum de recordações da vida, e agora as forças e amor que nos ligam já não são suficientes para sorrir.
Na vida ganham-se umas coisas, perdem-se outras.
A tela da nossa amizade foi borrada pelos próprios artistas, foram usadas cores cinzentas, o dia chorou, nós chorámos, gritámos ao mundo que tudo estava ao contrário.
Porque não ficámos? Digam-me. Porque não ficámos pelo nosso mundo e fomos felizes da mesma forma que éramos? Porque precisamos sempre de agradar ao que vem, ao que pretende invadir aquilo que somos e deturpar o que existe entre nós? Será que a força que nos unia não era suficiente para nos suportarmos e precisámos de ir mais além? Não sei. Não encontro respostas,o meu céu está cinzento e a minha garganta inflamada pelos gritos de dor proferidos na escuridão da noite.
Como facas que se espetaram no meu peito e feriram gravemente, imagens de dor que jamais esquecerei, como se fosse trocada por algo maior, mais forte, mais digno.
Porque não deixaram que a nossa amizade crescesse ao abrigo daquilo que somos?
Então, seguiram as ovelhas enganadas, ultrajadas, seguiram pela mão do pastor , a mão que separou os nossos caminhos, que vos conduziu por aí, pela estrada do erro, da infâmia, do medo daqueles que erram e temem perder o que anteriormente parecia pertencer-lhes para sempre.
Agora esse espelho já não reflecte as duas faces, porque apenas nós continuamos atónitos e desejosos de voltar a ver-vos, ansiosos que os nossos braços se unam aos vossos numa dança de sentimento. A outra face do espelho escureceu, as figuras que vos olhavam com interesse desvaneceram-se no horizonte e agora a imagem reflectida caiu no vazio do esquecimento.
Nós, continuamos aqui, porque os fiéis e os verdadeiros amigos não partem , continuam à espera , de braços abertos, de coração repleto de amor. Então o rebanho volta, para o bem e para o mal, para as noites frias e para o calor do nosso sentimento.
E vocês seguiram, como um rebanho guiado por uma ovelha enganada que em falso foi traída pelas armadilhas maliciosas da vida.
Aos poucos perdemos o que era nosso, os sentimentos que nos ligavam uns aos outros, as brincadeiras, os sorrisos, a felicidade da qual outrora tanto nos orgulhámos. Porque vocês precisavam agradar aos outros, aos que surgiram na vossa vida em melhor momento, os que se mostraram mais alegres e mais divertidos, talvez mais falsos e carregados de sentimentos contraditórios, mas isso não interessa. Porque os laços que nos ligavam foram esquecidos em prol da imagem que transparecia do outro lado do espelho, no lugar onde estavam os outros, os que julgariam ou idolatrariam os vossos actos, os que definiriam se se tratavam de boas ou más pessoas.
Então os nossos rostos ficaram encerrados nas gavetas do vosso pensamento, no álbum de recordações da vida, e agora as forças e amor que nos ligam já não são suficientes para sorrir.
Na vida ganham-se umas coisas, perdem-se outras.
A tela da nossa amizade foi borrada pelos próprios artistas, foram usadas cores cinzentas, o dia chorou, nós chorámos, gritámos ao mundo que tudo estava ao contrário.
Porque não ficámos? Digam-me. Porque não ficámos pelo nosso mundo e fomos felizes da mesma forma que éramos? Porque precisamos sempre de agradar ao que vem, ao que pretende invadir aquilo que somos e deturpar o que existe entre nós? Será que a força que nos unia não era suficiente para nos suportarmos e precisámos de ir mais além? Não sei. Não encontro respostas,o meu céu está cinzento e a minha garganta inflamada pelos gritos de dor proferidos na escuridão da noite.
Como facas que se espetaram no meu peito e feriram gravemente, imagens de dor que jamais esquecerei, como se fosse trocada por algo maior, mais forte, mais digno.
Porque não deixaram que a nossa amizade crescesse ao abrigo daquilo que somos?
Então, seguiram as ovelhas enganadas, ultrajadas, seguiram pela mão do pastor , a mão que separou os nossos caminhos, que vos conduziu por aí, pela estrada do erro, da infâmia, do medo daqueles que erram e temem perder o que anteriormente parecia pertencer-lhes para sempre.
Agora esse espelho já não reflecte as duas faces, porque apenas nós continuamos atónitos e desejosos de voltar a ver-vos, ansiosos que os nossos braços se unam aos vossos numa dança de sentimento. A outra face do espelho escureceu, as figuras que vos olhavam com interesse desvaneceram-se no horizonte e agora a imagem reflectida caiu no vazio do esquecimento.
Nós, continuamos aqui, porque os fiéis e os verdadeiros amigos não partem , continuam à espera , de braços abertos, de coração repleto de amor. Então o rebanho volta, para o bem e para o mal, para as noites frias e para o calor do nosso sentimento.
sexta-feira, novembro 04, 2005
Na escuridão da noite
Evitas o dia, como se a sua luz pudesse corroer os pedaços de solidão e de tristeza que te invadem a alma.
Pedes que te fechem as janelas, que te cerrem as portas que te podem ligar a este nosso mundo louco.
Queres a solidão, pede-la tal como os poetas desesperados pedem a morte.
A campainha toca, as nossas mãos estão cansadas de tanto esbracejar e pedir-te que abras a porta do teu mundo para que possamos entrar, as nossas gargantas estão inflamadas pelo rancor e pelo ódio que expressas nas palavras amargas e solitárias.
«Desapareçam», gritas-nos com voz autoritária e feroz, ages como um louco que teme falhar e desiludir a solidão. Queríamos um tractor para lavrar o teu sofrimento e semear nesse coração o amor que outrora nos aproximou de ti. Até quando pensas sobreviver sozinho? Na escuridão da noite, nos passos incertos e indeterminados por esse quarto negro, nesse trepar pelas paredes que nos separam de ti.
Escondes-te…Continuas a agir como um cobarde, como um ladrão que roubou a nossa felicidade e teme ser apanhado, como um egocêntrico que o mundo abandonou à beira mar.
Olha para a humanidade, julgas que somos todos felizes? Cada um faz pela sua felicidade, pelo que é, pelo que será amanhã. E tu continuas de braços cruzados à espera que a morte te colha no teu berço abandonado. Luta!
Abandona a escuridão, deixa a solidão para aqueles que, infelizmente, já não podem viver na companhia dos outros.
Vive a vida e não te preocupes com o amanhã. O mundo de lá pode ser bonito, mas aqui também o é.
Deixa que as cortinas dos teus olhos se encantem com aquilo que acontece lá fora, por detrás das paredes obscuras e sólidas que te rodeiam.
Serás um homem completo quando permitires aos outros que te possam completar, encher os teus talentos, preencher os teus dias com a sua alegria.
Abandona a tua capa negra e vêm para o nosso País Azul, onde as pessoas, tal como os pássaros podem voar, voar e voar, sem rumo, sem fim, sem barreiras.
Abre os teus braços e acolhe o mundo que outrora te abraçou aquando da tua primeira lufada de ar fresco. Sê feliz longe dos demónios que te perseguem, deixa-nos entrar no teu mundo, connosco levamos o sol, o brilho das coisas bonitas, o éden do presente, o perfume da alegria que paira no ar.
Não há tristezas, ouviste?
Isa Mestre
Pedes que te fechem as janelas, que te cerrem as portas que te podem ligar a este nosso mundo louco.
Queres a solidão, pede-la tal como os poetas desesperados pedem a morte.
A campainha toca, as nossas mãos estão cansadas de tanto esbracejar e pedir-te que abras a porta do teu mundo para que possamos entrar, as nossas gargantas estão inflamadas pelo rancor e pelo ódio que expressas nas palavras amargas e solitárias.
«Desapareçam», gritas-nos com voz autoritária e feroz, ages como um louco que teme falhar e desiludir a solidão. Queríamos um tractor para lavrar o teu sofrimento e semear nesse coração o amor que outrora nos aproximou de ti. Até quando pensas sobreviver sozinho? Na escuridão da noite, nos passos incertos e indeterminados por esse quarto negro, nesse trepar pelas paredes que nos separam de ti.
Escondes-te…Continuas a agir como um cobarde, como um ladrão que roubou a nossa felicidade e teme ser apanhado, como um egocêntrico que o mundo abandonou à beira mar.
Olha para a humanidade, julgas que somos todos felizes? Cada um faz pela sua felicidade, pelo que é, pelo que será amanhã. E tu continuas de braços cruzados à espera que a morte te colha no teu berço abandonado. Luta!
Abandona a escuridão, deixa a solidão para aqueles que, infelizmente, já não podem viver na companhia dos outros.
Vive a vida e não te preocupes com o amanhã. O mundo de lá pode ser bonito, mas aqui também o é.
Deixa que as cortinas dos teus olhos se encantem com aquilo que acontece lá fora, por detrás das paredes obscuras e sólidas que te rodeiam.
Serás um homem completo quando permitires aos outros que te possam completar, encher os teus talentos, preencher os teus dias com a sua alegria.
Abandona a tua capa negra e vêm para o nosso País Azul, onde as pessoas, tal como os pássaros podem voar, voar e voar, sem rumo, sem fim, sem barreiras.
Abre os teus braços e acolhe o mundo que outrora te abraçou aquando da tua primeira lufada de ar fresco. Sê feliz longe dos demónios que te perseguem, deixa-nos entrar no teu mundo, connosco levamos o sol, o brilho das coisas bonitas, o éden do presente, o perfume da alegria que paira no ar.
Não há tristezas, ouviste?
Isa Mestre
Voz Perdida
Deixo-te na timidez dos teus dias.
Na clareza da luz dos teus olhos, na folha de papel que acolhe as tuas palavras solitárias e perdidas. Ès uma voz perdida. Um cristal que se esconde por aqui e por ali, impedindo que alguém te acolha nos braços e possa lapidar-te. Ès uma rocha fora do rochedo, igualmente forte, mas sozinha.
E vejo-te sorrir, com as paredes, com as esquinas, com os pássaros, com a alegria que as personagens dos livros conseguem transmitir-te. Será que o teu mundo é real? Ou valerá mais essa timidez que te esconde por detrás dos olhares inquietos e distraídos da humanidade. Também quero olhar-te, mais uma vez, sentir essa emoção que já não cabe no peito e transborda pelos olhos, mas, quando olho já não estás, partiste e nem disseste um adeus. Adeus, não! Até logo…Adeus é para sempre e sei que voltarás.
Ao nosso olhar esfuma-se na escuridão da noite, desapareces por entre os barcos e a neblina dos nossos passos. És tímido, perdes-te onde os outros se encontram, dizes o que não há para dizer, sentes o que não se sente, sonhas quando o mundo parece pequeno demais para tantas quimeras.
Tenho medo de magoar o teu coração sensível, o que jamais foi amado, o que nunca amou, o que se poderá partir ao toque grosseiro e sentido de alguém.
Não quero que percas essa inocência, a vulnerabilidade louca que têm as criancinhas amáveis e ternas do mundo perfeito.
As tuas mãos são como as pétalas de uma flor nas quais bailam as abelhas numa dança de harmonia e prazer.
O mundo parece girar à tua volta, nesses breves instantes em que a tua voz perdida se solta para o mundo e lhe mostra o talento que vive em ti. Depois volta o silêncio, a timidez dos teus dias, o teu corpo imóvel entregue a uma parede solitária, os olhos que se movimentam como duas esferas brilhantes, como dois berlindes valiosos, observam o mundo e retiram dele a sua melhor parte.
Então cumpres-te, vais com as nuvens e acenas lá de cima, vais até onde a tua força chegar. Vais longe, porque és apenas uma voz perdida que deposita palavras no vento.
Isa Mestre
Na clareza da luz dos teus olhos, na folha de papel que acolhe as tuas palavras solitárias e perdidas. Ès uma voz perdida. Um cristal que se esconde por aqui e por ali, impedindo que alguém te acolha nos braços e possa lapidar-te. Ès uma rocha fora do rochedo, igualmente forte, mas sozinha.
E vejo-te sorrir, com as paredes, com as esquinas, com os pássaros, com a alegria que as personagens dos livros conseguem transmitir-te. Será que o teu mundo é real? Ou valerá mais essa timidez que te esconde por detrás dos olhares inquietos e distraídos da humanidade. Também quero olhar-te, mais uma vez, sentir essa emoção que já não cabe no peito e transborda pelos olhos, mas, quando olho já não estás, partiste e nem disseste um adeus. Adeus, não! Até logo…Adeus é para sempre e sei que voltarás.
Ao nosso olhar esfuma-se na escuridão da noite, desapareces por entre os barcos e a neblina dos nossos passos. És tímido, perdes-te onde os outros se encontram, dizes o que não há para dizer, sentes o que não se sente, sonhas quando o mundo parece pequeno demais para tantas quimeras.
Tenho medo de magoar o teu coração sensível, o que jamais foi amado, o que nunca amou, o que se poderá partir ao toque grosseiro e sentido de alguém.
Não quero que percas essa inocência, a vulnerabilidade louca que têm as criancinhas amáveis e ternas do mundo perfeito.
As tuas mãos são como as pétalas de uma flor nas quais bailam as abelhas numa dança de harmonia e prazer.
O mundo parece girar à tua volta, nesses breves instantes em que a tua voz perdida se solta para o mundo e lhe mostra o talento que vive em ti. Depois volta o silêncio, a timidez dos teus dias, o teu corpo imóvel entregue a uma parede solitária, os olhos que se movimentam como duas esferas brilhantes, como dois berlindes valiosos, observam o mundo e retiram dele a sua melhor parte.
Então cumpres-te, vais com as nuvens e acenas lá de cima, vais até onde a tua força chegar. Vais longe, porque és apenas uma voz perdida que deposita palavras no vento.
Isa Mestre
sexta-feira, outubro 28, 2005
A sua carta
Queridos Pais,
Hoje senti que é hora de partir. Durante anos criaram-me com carinho e ofereceram-me tudo aquilo que desejei, hoje, sinto que preciso libertar-me e ir mais além. Preciso conhecer o mundo que durante anos me esconderam com medo que a realidade pudesse magoar-me.
Tornei-me frágil ao abrigo da vossa protecção, nunca soube o que era sofrer e talvez por isso sinta necessidade de o fazer.
Não quero ser um parasita nas vossas vidas, apenas pretendo aprender a voar pelas minhas próprias asas. Não significa que não precise mais de vós, mas, apenas vos quero dizer-vos que já não sou a vossa bébe.
Cresci. Será que são capazes de entender?
Agora já não faço birras nas idas ao supermercado nem preciso do leite quente a tempo e horas. Apenas o vosso carinho continua a ser necessário em mim.
Não significa que tenha deixado de amar-vos mas, tudo na vida tem o seu tempo e neste momento algo se encarregou de me mostrar que este é o meu momento de acção.
Preciso de errar, de fugir dessa teia de perfeição, de desaparecer por momentos indefinidos e abstrair-me do mundo. Preciso saber quem sou!
Até aqui fui aquilo que vocês quiseram que eu fosse. Basta!
Esta é a minha vida, os meus amigos, os meus dias, as minhas paixões.
Talvez devesse calcular os riscos que este acto pode implicar, mas prefiro não fazê-lo porque então tenho a absoluta certeza que desistira agora mesmo.
Peço-vos que não encarem esta carta como um símbolo de ingratidão, porque vos amo cada dia mais e estarei eternamente agradecida por tudo aquilo que fizeram por mim.
Apenas preciso de voar um bocadinho, está bem? Apenas vou conhecer um pouco do mundo e da sua crueldade. Depois, voltarei.
Sei que os vossos braços estarão sempre abertos para mim, ainda que digam que não, sei que sim.
Não se preocupem comigo pois preciso de sofrer, de aprender a viver e a ser independente para além das vossas asas protectoras.
Prometo-vos que correrá tudo bem. Confiem em mim.
Sou uma adolescente como tantas outras e ainda estou a aprender a viver, por isso, optei por tomar esta decisão neste momento, afinal, é na aprendizagem que devemos modificar aquilo que acreditamos estar mal connosco.
Não vou fugir. Seria um acto cobarde demais. Quero apenas libertar-me um pouco do nosso mundo partilhado.
Deixem-me viver.
Sem me gritarem aos ouvidos o que devo ou não fazer, sem palavras meigas que possam atenuar a minha dor, sem redomas que possam afastar-me dos perigos da vida.
Nunca se esqueçam que vos amo. Ouviram? Nunca!
Hoje senti que é hora de partir. Durante anos criaram-me com carinho e ofereceram-me tudo aquilo que desejei, hoje, sinto que preciso libertar-me e ir mais além. Preciso conhecer o mundo que durante anos me esconderam com medo que a realidade pudesse magoar-me.
Tornei-me frágil ao abrigo da vossa protecção, nunca soube o que era sofrer e talvez por isso sinta necessidade de o fazer.
Não quero ser um parasita nas vossas vidas, apenas pretendo aprender a voar pelas minhas próprias asas. Não significa que não precise mais de vós, mas, apenas vos quero dizer-vos que já não sou a vossa bébe.
Cresci. Será que são capazes de entender?
Agora já não faço birras nas idas ao supermercado nem preciso do leite quente a tempo e horas. Apenas o vosso carinho continua a ser necessário em mim.
Não significa que tenha deixado de amar-vos mas, tudo na vida tem o seu tempo e neste momento algo se encarregou de me mostrar que este é o meu momento de acção.
Preciso de errar, de fugir dessa teia de perfeição, de desaparecer por momentos indefinidos e abstrair-me do mundo. Preciso saber quem sou!
Até aqui fui aquilo que vocês quiseram que eu fosse. Basta!
Esta é a minha vida, os meus amigos, os meus dias, as minhas paixões.
Talvez devesse calcular os riscos que este acto pode implicar, mas prefiro não fazê-lo porque então tenho a absoluta certeza que desistira agora mesmo.
Peço-vos que não encarem esta carta como um símbolo de ingratidão, porque vos amo cada dia mais e estarei eternamente agradecida por tudo aquilo que fizeram por mim.
Apenas preciso de voar um bocadinho, está bem? Apenas vou conhecer um pouco do mundo e da sua crueldade. Depois, voltarei.
Sei que os vossos braços estarão sempre abertos para mim, ainda que digam que não, sei que sim.
Não se preocupem comigo pois preciso de sofrer, de aprender a viver e a ser independente para além das vossas asas protectoras.
Prometo-vos que correrá tudo bem. Confiem em mim.
Sou uma adolescente como tantas outras e ainda estou a aprender a viver, por isso, optei por tomar esta decisão neste momento, afinal, é na aprendizagem que devemos modificar aquilo que acreditamos estar mal connosco.
Não vou fugir. Seria um acto cobarde demais. Quero apenas libertar-me um pouco do nosso mundo partilhado.
Deixem-me viver.
Sem me gritarem aos ouvidos o que devo ou não fazer, sem palavras meigas que possam atenuar a minha dor, sem redomas que possam afastar-me dos perigos da vida.
Nunca se esqueçam que vos amo. Ouviram? Nunca!
domingo, outubro 16, 2005
PRÉMIO REVELAÇÃO DO CONCURSO LITERÁRIO DO ELOS CLUBE DE FARO JOVENS AUTORES 2005
SER PORTUGÛES
Foste português, foste herói, foste um sábio que vagueou pelo mundo e nos deixou um pouco de si.
Tinhas olhos castanhos e cabelos negros, aspecto de velhinho e um visual pouco cuidado.
Conheci-te num aeroporto estrangeiro, quando eu, ainda frágil e insegura menina tentava encontrar a porta de embarque.
Estava perdida, apetecia-me chorar tal como uma criancinha. Que fariaagora?Sozinha, num país estrangeiro, com uma língua desconhecida. Certamente experimentaria o sabor do desconhecido naquela tarde. Subitamente uma voz entrou no meu ouvido, uma voz suave, que entoou não apenas no meu aparelho auditivo mas também no meu coração. Alguém falara português. Ali naquele lugar desconhecido, no aeroporto onde já derramara algumas da minhas lágrimas, subitamente alguém falara português. Foste uma luz que iluminou o meu dia, uma alegria que com palavras seria impossível de explicar.Enquanto milhares e milhares de pessoas se dirigiam às portas de embarque entoando as mais diversas línguas, para ti parecia que o mundo havia parado à tua volta.
Falavas sozinho, na nossa bonita língua , com um atabalhoado mas, no entanto mais sábio do alguma vez imaginara.
Aproximei-me de ti. Parecias brincar com as palavras, parecias feliz,sorrias, sorrias, sorrias, havias de sorrir até que a morte te levasse.Reparei que falavas com um grupo de jovens estrangeiros, mas, como poderia ser? Afinal estavas a falar português... Pois, lá estavas tu, sempre asorrir, a exibir a nossa língua a mostrar-lhe o orgulho de ser português.
Eles, atónitos, olhavam-te com admiração e incerteza, na verdade,daquilo que dizias nada compreendiam mas o teu olhar e a tua forma de falar cativaram-nos e mesmo sem saber nada de ti continuaram a olhar-te atenciosamente.
Fitaste-me com alegria, falaste também para mim. Tinhas uma voz doce,contavas a um par de jovens algumas histórias típicas do nosso país.
Falavas de literatura, de história, de arte. E naquela imensidão de pessoas,apenas eu poderia entender-te.
No teu rosto levemente desenhado havia o português dos nossos dias.
Havia o sábio, o sonhador, o herói que partiu em busca do desconhecido conquistando tudo e todos.
Tu não eras como os outros. Não tinhas vergonha, não tinhas medo de ser português... Enquanto eles escondiam a sua língua por detrás de um inglês vergonhoso tu exibiste-a sem pudor, mostrando ao mundo que neste pequeno cantinho vive um povo de imensa dignidade.
Ouvi-te durante horas, ouvi-te perante o barulho que misteriosamente se transformara em silêncio para ouvir as bonitas palavras que te saíam dos encarnados lábios.
« Nós, os portugueses, somos seres bonitos. Na nossa terra acolhemos todos aqueles que queiram visitá-la, do nosso alimento faremos o dos outros e com a nossa água mataremos a sede alheia. Somos um pequeno pontinha perdido no imenso mapa do mundo, mas somos um pontinho mais importante do que muitas manchas que cobrem esse atlas universal. Nós, portugueses, estamos em todas as partes do mundo. A viagem sempre fez parte do nosso espírito, da nossa alma enquanto cidadãos lusos. Aprendemos a viajar e a conquistar , a sonhar ir mais além. Ser português é motivo de honra. Porque somos nós que corremos mesmo quando todos decidem ficar parados, porque nos molhamos quando todos buscam um abrigo, porque nós ousamos viver mesmo quando a iminência da morte está perto demais.».
Tinhas razão, meu velho. Eu tenho orgulho por ser das tuas gentes,partilhar as alegrias do nosso povo, as nossas tradições, as nossas loucuras,os traços característicos da nossa espécie.
A espera tornara-se longa nesse aeroporto algures na Europa, os outros abandonaram-te mas eu não. Precisava de ti.Partilhámos ambos a alegria de termos nascido nesse tão lindo país daPenínsula Ibérica, e tu, como farol sempre pronto a iluminar-me mostraste-me a porta de embarque, e como se isso não bastasse, viajaste comigo para este cantinho do mundo - Portugal.
Afinal era tão bom ser português...
Recordámos Luso , o brilhante Deus do Olimpo que deu nome às nossas gentes, viajámos com Luís de Camões e a sua poesia única, pousamos pormomentos nossos olhos nos heróis portugueses que um dia nos fizeram orgulharmo-nos deles.
Também eu me orgulho de ti , meu velho. Da sabedoria que transmitias ao mundo, da abertura e alegria com que deste a conhecer o nosso país am ilhares de pessoas que conheceste.
Orgulho-me de teres sido o bom português: O que deixa tudo para oúltimo momento, o que brilha, o que sorri, o que chora e o que transporta todo o seu talento para o palco da vida.
O Português que tal como dizias está em todas as partes do mundo.A mensagem que nos deixaste ainda persiste, ainda vive nos nossos corações, nos olhares daqueles que escutaram atenciosamente tudo o que lhes disseste. Obrigado, meu velho. Porque tu foste português, porque lutaste na guerra e venceste, porque te encarregaste sempre de limpar o nome do nosso país enquanto outros o mancharam. Obrigado por nunca, em nenhuma parte do mundo, teres tido vergonha de seres português.
Honraste-nos, fizeste-nos unirmo-nos em defesa daquilo que amamos ehoje cantamos juntos a nossa glória. A glória de uma país que jamais morrerá, a glória dos brilhantes antepassados e a alegria do meninos que construirão neste cantinho inigualável um futuro risonho.
Autora: Isa Mestre
SER PORTUGÛES
Foste português, foste herói, foste um sábio que vagueou pelo mundo e nos deixou um pouco de si.
Tinhas olhos castanhos e cabelos negros, aspecto de velhinho e um visual pouco cuidado.
Conheci-te num aeroporto estrangeiro, quando eu, ainda frágil e insegura menina tentava encontrar a porta de embarque.
Estava perdida, apetecia-me chorar tal como uma criancinha. Que fariaagora?Sozinha, num país estrangeiro, com uma língua desconhecida. Certamente experimentaria o sabor do desconhecido naquela tarde. Subitamente uma voz entrou no meu ouvido, uma voz suave, que entoou não apenas no meu aparelho auditivo mas também no meu coração. Alguém falara português. Ali naquele lugar desconhecido, no aeroporto onde já derramara algumas da minhas lágrimas, subitamente alguém falara português. Foste uma luz que iluminou o meu dia, uma alegria que com palavras seria impossível de explicar.Enquanto milhares e milhares de pessoas se dirigiam às portas de embarque entoando as mais diversas línguas, para ti parecia que o mundo havia parado à tua volta.
Falavas sozinho, na nossa bonita língua , com um atabalhoado mas, no entanto mais sábio do alguma vez imaginara.
Aproximei-me de ti. Parecias brincar com as palavras, parecias feliz,sorrias, sorrias, sorrias, havias de sorrir até que a morte te levasse.Reparei que falavas com um grupo de jovens estrangeiros, mas, como poderia ser? Afinal estavas a falar português... Pois, lá estavas tu, sempre asorrir, a exibir a nossa língua a mostrar-lhe o orgulho de ser português.
Eles, atónitos, olhavam-te com admiração e incerteza, na verdade,daquilo que dizias nada compreendiam mas o teu olhar e a tua forma de falar cativaram-nos e mesmo sem saber nada de ti continuaram a olhar-te atenciosamente.
Fitaste-me com alegria, falaste também para mim. Tinhas uma voz doce,contavas a um par de jovens algumas histórias típicas do nosso país.
Falavas de literatura, de história, de arte. E naquela imensidão de pessoas,apenas eu poderia entender-te.
No teu rosto levemente desenhado havia o português dos nossos dias.
Havia o sábio, o sonhador, o herói que partiu em busca do desconhecido conquistando tudo e todos.
Tu não eras como os outros. Não tinhas vergonha, não tinhas medo de ser português... Enquanto eles escondiam a sua língua por detrás de um inglês vergonhoso tu exibiste-a sem pudor, mostrando ao mundo que neste pequeno cantinho vive um povo de imensa dignidade.
Ouvi-te durante horas, ouvi-te perante o barulho que misteriosamente se transformara em silêncio para ouvir as bonitas palavras que te saíam dos encarnados lábios.
« Nós, os portugueses, somos seres bonitos. Na nossa terra acolhemos todos aqueles que queiram visitá-la, do nosso alimento faremos o dos outros e com a nossa água mataremos a sede alheia. Somos um pequeno pontinha perdido no imenso mapa do mundo, mas somos um pontinho mais importante do que muitas manchas que cobrem esse atlas universal. Nós, portugueses, estamos em todas as partes do mundo. A viagem sempre fez parte do nosso espírito, da nossa alma enquanto cidadãos lusos. Aprendemos a viajar e a conquistar , a sonhar ir mais além. Ser português é motivo de honra. Porque somos nós que corremos mesmo quando todos decidem ficar parados, porque nos molhamos quando todos buscam um abrigo, porque nós ousamos viver mesmo quando a iminência da morte está perto demais.».
Tinhas razão, meu velho. Eu tenho orgulho por ser das tuas gentes,partilhar as alegrias do nosso povo, as nossas tradições, as nossas loucuras,os traços característicos da nossa espécie.
A espera tornara-se longa nesse aeroporto algures na Europa, os outros abandonaram-te mas eu não. Precisava de ti.Partilhámos ambos a alegria de termos nascido nesse tão lindo país daPenínsula Ibérica, e tu, como farol sempre pronto a iluminar-me mostraste-me a porta de embarque, e como se isso não bastasse, viajaste comigo para este cantinho do mundo - Portugal.
Afinal era tão bom ser português...
Recordámos Luso , o brilhante Deus do Olimpo que deu nome às nossas gentes, viajámos com Luís de Camões e a sua poesia única, pousamos pormomentos nossos olhos nos heróis portugueses que um dia nos fizeram orgulharmo-nos deles.
Também eu me orgulho de ti , meu velho. Da sabedoria que transmitias ao mundo, da abertura e alegria com que deste a conhecer o nosso país am ilhares de pessoas que conheceste.
Orgulho-me de teres sido o bom português: O que deixa tudo para oúltimo momento, o que brilha, o que sorri, o que chora e o que transporta todo o seu talento para o palco da vida.
O Português que tal como dizias está em todas as partes do mundo.A mensagem que nos deixaste ainda persiste, ainda vive nos nossos corações, nos olhares daqueles que escutaram atenciosamente tudo o que lhes disseste. Obrigado, meu velho. Porque tu foste português, porque lutaste na guerra e venceste, porque te encarregaste sempre de limpar o nome do nosso país enquanto outros o mancharam. Obrigado por nunca, em nenhuma parte do mundo, teres tido vergonha de seres português.
Honraste-nos, fizeste-nos unirmo-nos em defesa daquilo que amamos ehoje cantamos juntos a nossa glória. A glória de uma país que jamais morrerá, a glória dos brilhantes antepassados e a alegria do meninos que construirão neste cantinho inigualável um futuro risonho.
Autora: Isa Mestre
sexta-feira, outubro 14, 2005
Adeus não! Até logo.
Sinto a tua falta.
Das palavras carinhosas, dos gestos que apenas tu conseguias fazer na perfeição, do teu toque, do beijo que nos depositavas na faces sempre com o mesmo carinho, do adeus sempre tão sentido, sinto falta de partir olhar para trás e ter a certeza de que tu estás lá para me acenares da varanda.
E quando os outros nos rejeitavam os desejos de criança, tu estavas sempre lá, confortando-nos, fazendo algo para que pudéssemos ser felizes. Acariciavas-nos a cabeça, adormecias-nos no teu colo como se isso pudesse ser resolução para todas as nossas brigas. E era-o realmente. Obrigado, avó.
Dói muito.
Pensar que da próxima vez que algo não correr bem tu já não vais estar presente para amparar as nossas lágrimas.
Oxalá pudesse ter-te dito o quanto te amava...
Desculpa. Se algumas vezes as palavras estavam demasiado verdes para serem ditas, agora só me apetece dizer-te: Amo-te, amo-te muito.
No entanto, agora, as minhas palavras já não passam de ecos, de sons que se perdem ao final do corredor da vida.
Lembrarei sempre esse sorriso nobre, a expressão doce, o amor que tinhas para oferecer ao mundo. Por isso, continuarei a sorrir, tal como tu o fazias, sorrirei até que a morte me leve.
Jamais te esquecerei.
Estarei sempre aqui, serei sempre um pouco daquilo que me deste, do que me ensinaste, do que me levaste a descobrir pelos caminhos da vida.
Foi pelas tuas mãos que tantas vezes caminhei, impediste-me de cair pois o teu carinho amparava-me nessa correria louca, própria da minha meninice.
Escrevo-te, avó, porque tenho a certeza que podes ouvir-me, que me sentes, que me beijas de noite como tantas vezes o fizeste, e que me acordas de manhã da forma única como apenas tu o fazias.
Continuo a ouvir-te, no seio do meu coração, na lágrima que me corre das faces, na alegria que foi ter partilhado a minha vida contigo.
Partiste, mas para mim estarás sempre aqui, cada vez mais perto, num sítio onde podemos caminhar e partilhar os nossos sentimentos.
Disseste-me “até logo”, avó. Depois partiste, jamais regressaste desse mundo de lá, mas, sei que um dia te encontrarei, afinal foi apenas como se nos despedíssemos para uma ida às compras.
Por isso, até logo.
Nunca te esqueças que te amo.
Das palavras carinhosas, dos gestos que apenas tu conseguias fazer na perfeição, do teu toque, do beijo que nos depositavas na faces sempre com o mesmo carinho, do adeus sempre tão sentido, sinto falta de partir olhar para trás e ter a certeza de que tu estás lá para me acenares da varanda.
E quando os outros nos rejeitavam os desejos de criança, tu estavas sempre lá, confortando-nos, fazendo algo para que pudéssemos ser felizes. Acariciavas-nos a cabeça, adormecias-nos no teu colo como se isso pudesse ser resolução para todas as nossas brigas. E era-o realmente. Obrigado, avó.
Dói muito.
Pensar que da próxima vez que algo não correr bem tu já não vais estar presente para amparar as nossas lágrimas.
Oxalá pudesse ter-te dito o quanto te amava...
Desculpa. Se algumas vezes as palavras estavam demasiado verdes para serem ditas, agora só me apetece dizer-te: Amo-te, amo-te muito.
No entanto, agora, as minhas palavras já não passam de ecos, de sons que se perdem ao final do corredor da vida.
Lembrarei sempre esse sorriso nobre, a expressão doce, o amor que tinhas para oferecer ao mundo. Por isso, continuarei a sorrir, tal como tu o fazias, sorrirei até que a morte me leve.
Jamais te esquecerei.
Estarei sempre aqui, serei sempre um pouco daquilo que me deste, do que me ensinaste, do que me levaste a descobrir pelos caminhos da vida.
Foi pelas tuas mãos que tantas vezes caminhei, impediste-me de cair pois o teu carinho amparava-me nessa correria louca, própria da minha meninice.
Escrevo-te, avó, porque tenho a certeza que podes ouvir-me, que me sentes, que me beijas de noite como tantas vezes o fizeste, e que me acordas de manhã da forma única como apenas tu o fazias.
Continuo a ouvir-te, no seio do meu coração, na lágrima que me corre das faces, na alegria que foi ter partilhado a minha vida contigo.
Partiste, mas para mim estarás sempre aqui, cada vez mais perto, num sítio onde podemos caminhar e partilhar os nossos sentimentos.
Disseste-me “até logo”, avó. Depois partiste, jamais regressaste desse mundo de lá, mas, sei que um dia te encontrarei, afinal foi apenas como se nos despedíssemos para uma ida às compras.
Por isso, até logo.
Nunca te esqueças que te amo.
domingo, outubro 09, 2005
Deixa-me só
Sem o olhar do mundo, sem as crateras de dor e sofrimento que despontam do meu coração, sem pressas, sem sentimentos, sem pressão, sem sentir as palavras dos outros perseguindo-me a cada passo, sem ouvir essa voz que me guia.
Deixa-me apenas só. Não me digas aquilo que quero ouvir, deixa-me na solidão dos meus dias e liberta-me para que possa pedir ao mundo um tempo de paragem.
Deixa-me sonhar, ir ao topo das montanhas, ao fundo do mar, à superfície terrestre e ao interior do mundo.
Deixa-me explorar os lugares que nunca vi, acordar ao amanhecer e adormecer ao entardecer, sonhar, saltar, pular, gritar, ser feliz, quem sabe... Mas, deixa-me só.
Como uma espiga levada pelo vento ou uma pétala de uma flor qualquer.
Preciso de conhecer a solidão, sentir a falta de alguém, dos conselhos, das críticas, das expectativas e dos falhanços de cada um.
Não tenhas medo, não estou a enlouquecer, nem deixei de amar o mundo como dantes, apenas preciso do meu mundo, no meu lugar, com o meu pôr-do-sol, com a minha alegria.
Apenas poderei ser completa para os outros quando o conseguir ser em relação a mim mesma.
Não te percas por entre os corredores que nos levam mais além, não abandones o teu caminho porque em breve voltarás a contar com a minha presença do teu lado.
Por agora, abandona-me, deixa-me à deriva, como se deixam os barcos velhos e apodrecidos. Irei ao sabor das ondas, embalada pela doce canção da vida, encontrarei o meu porto e o meu abrigo, porque não há horas erradas para os momentos certos.
O meu corpo deslizará levemente sobre as delicadas mãos da vida, que naquele precioso e breve instante me agarrarão com pujança devolvendo-me ao meu mundo.
Por isso, segue o teu caminho, acena-me lá do fundo fazendo-me caretas e gestos de carinho enquanto a minha imagem se torna cada vez mais pequena até se perder finalmente na linha do horizonte.
Isa Mestre
Deixa-me apenas só. Não me digas aquilo que quero ouvir, deixa-me na solidão dos meus dias e liberta-me para que possa pedir ao mundo um tempo de paragem.
Deixa-me sonhar, ir ao topo das montanhas, ao fundo do mar, à superfície terrestre e ao interior do mundo.
Deixa-me explorar os lugares que nunca vi, acordar ao amanhecer e adormecer ao entardecer, sonhar, saltar, pular, gritar, ser feliz, quem sabe... Mas, deixa-me só.
Como uma espiga levada pelo vento ou uma pétala de uma flor qualquer.
Preciso de conhecer a solidão, sentir a falta de alguém, dos conselhos, das críticas, das expectativas e dos falhanços de cada um.
Não tenhas medo, não estou a enlouquecer, nem deixei de amar o mundo como dantes, apenas preciso do meu mundo, no meu lugar, com o meu pôr-do-sol, com a minha alegria.
Apenas poderei ser completa para os outros quando o conseguir ser em relação a mim mesma.
Não te percas por entre os corredores que nos levam mais além, não abandones o teu caminho porque em breve voltarás a contar com a minha presença do teu lado.
Por agora, abandona-me, deixa-me à deriva, como se deixam os barcos velhos e apodrecidos. Irei ao sabor das ondas, embalada pela doce canção da vida, encontrarei o meu porto e o meu abrigo, porque não há horas erradas para os momentos certos.
O meu corpo deslizará levemente sobre as delicadas mãos da vida, que naquele precioso e breve instante me agarrarão com pujança devolvendo-me ao meu mundo.
Por isso, segue o teu caminho, acena-me lá do fundo fazendo-me caretas e gestos de carinho enquanto a minha imagem se torna cada vez mais pequena até se perder finalmente na linha do horizonte.
Isa Mestre
Apenas tu
Apenas tu, irmão.
Apenas por ti nasce o orgulho dentro deste meu pequeno coração, apenas tu me fazes vibrar, apenas tu me fazes sentir saudade das coisas que julgava perdidas para sempre.
Foste tu que me ensinaste a ser uma “menina” forte e humilde, sempre humilde.
Foste tu que estiveste do meu lado na minha infância, que me mostraste muitas vezes o melhor caminho a seguir. Nas minhas teimosias, nas minhas birras, nas minhas decisões mais difíceis estiveste sempre pronto a ouvir-me tal como um pai ouve um filho.
Trouxeste para dentro do meu coração de menina um enorme respeito e admiração.
Foste sempre o meu ídolo, e, hoje ainda o és. Nunca permitirei que te façam mal, de forma alguma, e, se por alguma razão ferirem o teu nome eu estarei lá para limpá-lo com a maior dignidade possível, como sempre me ensinaste a fazer.
E, desejo que esse sorriso lindo nunca saia do teu rosto, que possas sempre alimentá-lo tal como alimentas a tua humildade que a pouco e pouco te levará à vitória.
Pois para mim, serás sempre essa estrela, que distante ou próxima saberá iluminar-me da mesma forma. Espero que um dia, possas orgulhar-te de mim como me orgulho de ti hoje, que possas sorrir como eu sorrio agora. Não importa se a distância e a saudade fazem com que a lágrima teime em cair do meu rosto, se aquilo que tenho aqui dentro só sorrindo posso exprimir.
Peço que esses teus olhos continuem sempre brilhantes e carregados de ambição, peço que consigas vencer...
Que o mundo que por vezes é tão cruel, com quem menos merece possa sorrir para ti e retribuir o amor, a dedicação e o carinho que sempre me deste.
Todas as noites te envio um beijo pelas estrelas, e, tenho a certeza que o recebes, seja nas quentes noites de Verão ou nas frias noites de Inverno.
Apenas por ti nasce o orgulho dentro deste meu pequeno coração, apenas tu me fazes vibrar, apenas tu me fazes sentir saudade das coisas que julgava perdidas para sempre.
Foste tu que me ensinaste a ser uma “menina” forte e humilde, sempre humilde.
Foste tu que estiveste do meu lado na minha infância, que me mostraste muitas vezes o melhor caminho a seguir. Nas minhas teimosias, nas minhas birras, nas minhas decisões mais difíceis estiveste sempre pronto a ouvir-me tal como um pai ouve um filho.
Trouxeste para dentro do meu coração de menina um enorme respeito e admiração.
Foste sempre o meu ídolo, e, hoje ainda o és. Nunca permitirei que te façam mal, de forma alguma, e, se por alguma razão ferirem o teu nome eu estarei lá para limpá-lo com a maior dignidade possível, como sempre me ensinaste a fazer.
E, desejo que esse sorriso lindo nunca saia do teu rosto, que possas sempre alimentá-lo tal como alimentas a tua humildade que a pouco e pouco te levará à vitória.
Pois para mim, serás sempre essa estrela, que distante ou próxima saberá iluminar-me da mesma forma. Espero que um dia, possas orgulhar-te de mim como me orgulho de ti hoje, que possas sorrir como eu sorrio agora. Não importa se a distância e a saudade fazem com que a lágrima teime em cair do meu rosto, se aquilo que tenho aqui dentro só sorrindo posso exprimir.
Peço que esses teus olhos continuem sempre brilhantes e carregados de ambição, peço que consigas vencer...
Que o mundo que por vezes é tão cruel, com quem menos merece possa sorrir para ti e retribuir o amor, a dedicação e o carinho que sempre me deste.
Todas as noites te envio um beijo pelas estrelas, e, tenho a certeza que o recebes, seja nas quentes noites de Verão ou nas frias noites de Inverno.
quarta-feira, setembro 28, 2005
Sozinhos
Abandonaste-os quando eles mais precisaram de ti, deixaste de sorrir-lhe no momento em que o teu sorriso seria o abrir das portas do seu mundo, os teus braços fecharam-se quando eles te quiseram abraçar, quando te quiseram contar as novidades, quando fizeram aquilo que todos os miúdos fazem.
Chamaram incessantemente por ti e tu não estavas lá, julgaste que havia outros valores, outros interesses, outras pessoas que mereceriam mais atenção.
Esqueceste os seus rostos cintilantes e o carinho que te deram durante tanto tempo, ignoraste que eles te amaram, que deixaram de fazer muitas coisas para estar contigo, que discutiram muitas vezes com o intuito de te proteger.
Choraram por ti, por não estares do seu lado com a tua presença aconchegante, o teu olhar sincero, as palavras premeditadas, a ética e os valores que colocavas em cada acção.
Ensinaste-lhes a viver com dignidade, fizeste com que respeitassem os outros e a si mesmos, no entanto, quando eles cresceram surgiu-lhe diante dos olhos a realidade fria e cruel de quem se vê obrigado a lutar com as suas armas, a viver sozinho sem o carinho e sem o amor que lhes dispensaste em determinadas alturas.
Fizeste-os acreditar que estarias eternamente do seu lado, tal como escudo protector, que os levarias para a guerra da vida e lhes mostrarias como vencer os maiores e os mais fortes. No entanto, os mais fortes apareceram e eles agiram como inocentes deixando-se ferir e magoar até que as forças se acabassem por completo. Caíram na lama suja, foram pisados e ultrajados, enquanto tu estiveste distante sem te preocupares onde e como estariam. Foram fortes e corajosos, seguiram os princípios que lhes ensinaste e provaram aos outros que eram capazes.
Cresceram e aprenderam a sobreviver às tempestades da vida, à tua ausência, à dor do abandono.
Não guardaram rancor, pois nos corações nobres não há espaço para sentimentos cruéis.
Eles continuam a sorrir longe dos teus olhos, sorriem como antigamente, com alegria, com ânimo, tal como se os seus sorrisos fossem os passaportes para o mundo da glória.
O mundo que é apenas deles, aquele que deixaste para trás quando as tuas decisões incalculadas causaram o sofrimento de dois seres inocentes.
No entanto, jamais te apontariam o dedo, e quando esperasses receber desprezo da sua parte eles seriam os primeiros a dar-te a mão.
Afinal, por muitos erros que tenhas cometido és a mulher que eles mais amam na vida, a que mais admiram, a que mais alegria poderia proporcionar-lhes, a que mais gozo lhes daria ver sorrir. Foste tu que os ensinaste a andar, a falar, a comer, a brincar, a ler e a escrever, foram os teus braços que os aconchegaram durante anos, foi a tua face que beijaram todas as noites antes de adormecer. E isso, nada deste mundo poderá mudar.
Fizeste as tuas escolhas, não devo criticar-te por isso, respeito-te e este sentimento não mudará. Desejo apenas que sejas feliz, independentemente do sítio onde estás espero que a última réstia de sol possa iluminar todos os teus dias.
Talvez um dia voltes, um dia que não seja tarde demais, um dia que os nossos olhos se encham de brilho por ver-te chegar, um dia de sol e de alegria como hoje…
Chamaram incessantemente por ti e tu não estavas lá, julgaste que havia outros valores, outros interesses, outras pessoas que mereceriam mais atenção.
Esqueceste os seus rostos cintilantes e o carinho que te deram durante tanto tempo, ignoraste que eles te amaram, que deixaram de fazer muitas coisas para estar contigo, que discutiram muitas vezes com o intuito de te proteger.
Choraram por ti, por não estares do seu lado com a tua presença aconchegante, o teu olhar sincero, as palavras premeditadas, a ética e os valores que colocavas em cada acção.
Ensinaste-lhes a viver com dignidade, fizeste com que respeitassem os outros e a si mesmos, no entanto, quando eles cresceram surgiu-lhe diante dos olhos a realidade fria e cruel de quem se vê obrigado a lutar com as suas armas, a viver sozinho sem o carinho e sem o amor que lhes dispensaste em determinadas alturas.
Fizeste-os acreditar que estarias eternamente do seu lado, tal como escudo protector, que os levarias para a guerra da vida e lhes mostrarias como vencer os maiores e os mais fortes. No entanto, os mais fortes apareceram e eles agiram como inocentes deixando-se ferir e magoar até que as forças se acabassem por completo. Caíram na lama suja, foram pisados e ultrajados, enquanto tu estiveste distante sem te preocupares onde e como estariam. Foram fortes e corajosos, seguiram os princípios que lhes ensinaste e provaram aos outros que eram capazes.
Cresceram e aprenderam a sobreviver às tempestades da vida, à tua ausência, à dor do abandono.
Não guardaram rancor, pois nos corações nobres não há espaço para sentimentos cruéis.
Eles continuam a sorrir longe dos teus olhos, sorriem como antigamente, com alegria, com ânimo, tal como se os seus sorrisos fossem os passaportes para o mundo da glória.
O mundo que é apenas deles, aquele que deixaste para trás quando as tuas decisões incalculadas causaram o sofrimento de dois seres inocentes.
No entanto, jamais te apontariam o dedo, e quando esperasses receber desprezo da sua parte eles seriam os primeiros a dar-te a mão.
Afinal, por muitos erros que tenhas cometido és a mulher que eles mais amam na vida, a que mais admiram, a que mais alegria poderia proporcionar-lhes, a que mais gozo lhes daria ver sorrir. Foste tu que os ensinaste a andar, a falar, a comer, a brincar, a ler e a escrever, foram os teus braços que os aconchegaram durante anos, foi a tua face que beijaram todas as noites antes de adormecer. E isso, nada deste mundo poderá mudar.
Fizeste as tuas escolhas, não devo criticar-te por isso, respeito-te e este sentimento não mudará. Desejo apenas que sejas feliz, independentemente do sítio onde estás espero que a última réstia de sol possa iluminar todos os teus dias.
Talvez um dia voltes, um dia que não seja tarde demais, um dia que os nossos olhos se encham de brilho por ver-te chegar, um dia de sol e de alegria como hoje…
sexta-feira, setembro 09, 2005
João
O que te vai na alma? Diz-me. Não tenhas vergonha de admitir que dói, que dói muito aí dentro desse peito. Não negues que amas, afinal todos amamos, cada uns mais que outros. Não me digas que queres estar sozinho. È mentira.
Nesse teu coração nobre, os sentimentos valiosos que agora estão perdidos pelos recantos desorganizados desse teu mundo cinzento. Julgas que tudo caiu e tu continuas de pé, esperando o próximo dia, o próximo sentimento, a próxima palavra de carinho e de apoio.
No teu rosto as marcas da tristeza denunciadas, a distância que agora te separa daqueles de quem um dia te aproximaste. Não tenhas medo de chorar. Vem. Chora no meu ombro até que as lágrimas se esgotem, até que a tristeza se vá, até que a dor seja eliminada dessa alma presa aos pequenos pormenores da vida.
Segue de cabeça erguida e nunca te esqueças que os que ficaram para trás podem um dia reconquistar o seu lugar no jogo da vida, no monopólio do teu coração magoado.
Não deixes que o rancor vença pois num coração nobre não há lugar para sentimentos odiosos.
Sorri, sorri e volta a sorrir. Como nos velhos tempos, como no dia em que te conheci, como nos bons momentos. As palavras jamais serão capazes de expressar aquilo que vivemos e o que sentimos mas, por vezes, elas são o antídoto para a dor, o medicamento para a ferida aberta, são uma réstia de calor num mundo eternamente gelado.
As palavras banais jamais poderão ensinar-te a viver, porém os momentos, sejam eles de dor ou de alegria serão para sempre puras lições de vida.
Não desistas, nunca. Acredita na tua força. Eu acredito.
Na vida há obstáculos e por vezes, ainda que não queiramos, acabamos por ser injuriados por eles, por isso, quando cais na lama é preciso que saibas levantar-te e erguer a tua cabeça seguindo em frente. Não interessa se estás sujo, se estás magoado, se as feridas parecem impedir-te de viver, porque tu tens de recuperar e tens de atingir a meta que se segue. Entendes?
Não fiques no chão, porque neste mundo há muitos capazes de estender-te a mão mas haverá certamente outros tantos que farão questão de pisar-te.
Não permitas que te subestimem. Tens o teu valor e sabes disso. Tens qualidades, tens defeitos, enfim, todos os temos e cabe-nos a nós mesmo respeitar cada um sendo ele da forma que é.
Por isso, João, encontra o teu sol no meio do dia nublado, levanta-te da lama suja, olha-me nos olhos e diz-me que és capaz, que vais vencer, que vais sorrir, que não guardarás sentimentos dolorosos nessa “caixinha” que há em ti!
As palavras serão sempre poucas mas nas entrelinhas fica aquilo que ficou por dizer, nos corações ficam as palavras invisíveis, os rostos impossíveis de esquecer.
Força!
Nesse teu coração nobre, os sentimentos valiosos que agora estão perdidos pelos recantos desorganizados desse teu mundo cinzento. Julgas que tudo caiu e tu continuas de pé, esperando o próximo dia, o próximo sentimento, a próxima palavra de carinho e de apoio.
No teu rosto as marcas da tristeza denunciadas, a distância que agora te separa daqueles de quem um dia te aproximaste. Não tenhas medo de chorar. Vem. Chora no meu ombro até que as lágrimas se esgotem, até que a tristeza se vá, até que a dor seja eliminada dessa alma presa aos pequenos pormenores da vida.
Segue de cabeça erguida e nunca te esqueças que os que ficaram para trás podem um dia reconquistar o seu lugar no jogo da vida, no monopólio do teu coração magoado.
Não deixes que o rancor vença pois num coração nobre não há lugar para sentimentos odiosos.
Sorri, sorri e volta a sorrir. Como nos velhos tempos, como no dia em que te conheci, como nos bons momentos. As palavras jamais serão capazes de expressar aquilo que vivemos e o que sentimos mas, por vezes, elas são o antídoto para a dor, o medicamento para a ferida aberta, são uma réstia de calor num mundo eternamente gelado.
As palavras banais jamais poderão ensinar-te a viver, porém os momentos, sejam eles de dor ou de alegria serão para sempre puras lições de vida.
Não desistas, nunca. Acredita na tua força. Eu acredito.
Na vida há obstáculos e por vezes, ainda que não queiramos, acabamos por ser injuriados por eles, por isso, quando cais na lama é preciso que saibas levantar-te e erguer a tua cabeça seguindo em frente. Não interessa se estás sujo, se estás magoado, se as feridas parecem impedir-te de viver, porque tu tens de recuperar e tens de atingir a meta que se segue. Entendes?
Não fiques no chão, porque neste mundo há muitos capazes de estender-te a mão mas haverá certamente outros tantos que farão questão de pisar-te.
Não permitas que te subestimem. Tens o teu valor e sabes disso. Tens qualidades, tens defeitos, enfim, todos os temos e cabe-nos a nós mesmo respeitar cada um sendo ele da forma que é.
Por isso, João, encontra o teu sol no meio do dia nublado, levanta-te da lama suja, olha-me nos olhos e diz-me que és capaz, que vais vencer, que vais sorrir, que não guardarás sentimentos dolorosos nessa “caixinha” que há em ti!
As palavras serão sempre poucas mas nas entrelinhas fica aquilo que ficou por dizer, nos corações ficam as palavras invisíveis, os rostos impossíveis de esquecer.
Força!
quarta-feira, setembro 07, 2005
Deixa-me só.
Sem o olhar do mundo, sem as crateras de dor e sofrimento que despontam do meu coração, sem pressas, sem sentimentos, sem pressão, sem sentir as palavras dos outros perseguindo-me a cada passo, sem ouvir essa voz que me guia.
Deixa-me apenas só. Não me digas aquilo que quero ouvir, deixa-me na solidão dos meus dias e liberta-me para que possa pedir ao mundo um tempo de paragem.
Deixa-me sonhar, ir ao topo das montanhas, ao fundo do mar, à superfície terrestre e ao interior do mundo.
Deixa-me explorar os lugares que nunca vi, acordar ao amanhecer e adormecer ao entardecer, sonhar, saltar, pular, gritar, ser feliz, quem sabe... Mas, deixa-me só.
Como uma espiga levada pelo vento ou uma pétala de uma flor qualquer.
Preciso de conhecer a solidão, sentir a falta de alguém, dos conselhos, das críticas, das expectativas e dos falhanços de cada um.
Não tenhas medo, não estou a enlouquecer, nem deixei de amar o mundo como dantes, apenas preciso do meu mundo, no meu lugar, com o meu pôr-do-sol, com a minha alegria.
Apenas poderei ser completa para os outros quando o conseguir ser em relação a mim mesma.
Não te percas por entre os corredores que nos levam mais além, não abandones o teu caminho porque em breve voltarás a contar com a minha presença do teu lado.
Por agora, abandona-me, deixa-me à deriva, como se deixam os barcos velhos e apodrecidos. Irei ao sabor das ondas, embalada pela doce canção da vida, encontrarei o meu porto e o meu abrigo, porque não há horas erradas para os momentos certos.
O meu corpo deslizará levemente sobre as delicadas mãos da vida, que naquele precioso e breve instante me agarrarão com pujança devolvendo-me ao meu mundo.
Por isso, segue o teu caminho, acena-me lá do fundo fazendo-me caretas e gestos de carinho enquanto a minha imagem se torna cada vez mais pequena até se perder finalmente na linha do horizonte.
Deixa-me apenas só. Não me digas aquilo que quero ouvir, deixa-me na solidão dos meus dias e liberta-me para que possa pedir ao mundo um tempo de paragem.
Deixa-me sonhar, ir ao topo das montanhas, ao fundo do mar, à superfície terrestre e ao interior do mundo.
Deixa-me explorar os lugares que nunca vi, acordar ao amanhecer e adormecer ao entardecer, sonhar, saltar, pular, gritar, ser feliz, quem sabe... Mas, deixa-me só.
Como uma espiga levada pelo vento ou uma pétala de uma flor qualquer.
Preciso de conhecer a solidão, sentir a falta de alguém, dos conselhos, das críticas, das expectativas e dos falhanços de cada um.
Não tenhas medo, não estou a enlouquecer, nem deixei de amar o mundo como dantes, apenas preciso do meu mundo, no meu lugar, com o meu pôr-do-sol, com a minha alegria.
Apenas poderei ser completa para os outros quando o conseguir ser em relação a mim mesma.
Não te percas por entre os corredores que nos levam mais além, não abandones o teu caminho porque em breve voltarás a contar com a minha presença do teu lado.
Por agora, abandona-me, deixa-me à deriva, como se deixam os barcos velhos e apodrecidos. Irei ao sabor das ondas, embalada pela doce canção da vida, encontrarei o meu porto e o meu abrigo, porque não há horas erradas para os momentos certos.
O meu corpo deslizará levemente sobre as delicadas mãos da vida, que naquele precioso e breve instante me agarrarão com pujança devolvendo-me ao meu mundo.
Por isso, segue o teu caminho, acena-me lá do fundo fazendo-me caretas e gestos de carinho enquanto a minha imagem se torna cada vez mais pequena até se perder finalmente na linha do horizonte.
O ecoar das suas palavras
Ecoam-me as palavras na alma. Sinto-as tocando-me, acariciando-me por dentro, dando-me o calor que necessito para ser feliz. Com elas vêm gestos, de pessoas, de seres humanos capazes de iluminar os nossos dias.
E bastam as palavras, as palavras que aconchegam e repelem, que queimam e que ferem, que nos dão o silêncio e a reciprocidade dos outros.
As palavras entendidas de uma forma, ou de outra, as que trazem um apelo, as que exprimem experiências pessoais ou do mundo.
Mas, hoje, sinto as palavras, vislumbro-as com ânsia de terminar, com vontade de transformá-las em sentimentos palpáveis.
Obrigado. Eu queria abraçar as palavras, eu queria abraçar as pessoas, eu queria fazer uma fogueira para que cantássemos todos juntos como indiozinhos pequeninos.
Isto é tudo aquilo que posso dar ao mundo: aceitem-no.
Mais uma vez os vossos pensamentos invadem os meus, misturam-se, confrontam-se, vencem ou perdem nesse jogo explícito na folha de papel.
Sinto que não vos dou tudo, quero poder dar-vos sempre mais e mais, em cada palavra, em cada gesto, em cada sonho nosso. Não perco a Esperança de vislumbrar os vossos sorrisos, porque apenas isso me interessa. Ver-vos sorrir será sempre a recompensa e forma de colmatar esta revolta e dor que por vezes sinto no peito.
As conversas trocadas, as expressões faciais, o desabafo dos nossos mundo colidindo nessa amálgama de sentimentos.
Quero contar convosco, sempre! Quero abrir o meu coração e sentir que estão aí, ainda que não vos possa tocar, ainda que nunca os tenha visto, ainda que pareça irreal demais, quero saber que estão comigo.
Vocês, os sorrisos, as palavras, a amizade patente em cada minuto e segundo de euforia, de ansiedade, de expectativa...
Viver, no verdadeiro sentido da palavra, entendem? Quero viver! Não quero ser apenas mais um pedaço de figura animada que circula pelos corredores da vida. Porque ninguém me retirará os sonhos, nem as asas para que possa voar, deixem-me ir, para bem longe, para onde ninguém nos oiça, para onde ninguém nos conheça.
No entanto, quero levar-vos comigo, numa nova aventura, num novo dia em que seremos os aventureiros da vida.
E bastam as palavras, as palavras que aconchegam e repelem, que queimam e que ferem, que nos dão o silêncio e a reciprocidade dos outros.
As palavras entendidas de uma forma, ou de outra, as que trazem um apelo, as que exprimem experiências pessoais ou do mundo.
Mas, hoje, sinto as palavras, vislumbro-as com ânsia de terminar, com vontade de transformá-las em sentimentos palpáveis.
Obrigado. Eu queria abraçar as palavras, eu queria abraçar as pessoas, eu queria fazer uma fogueira para que cantássemos todos juntos como indiozinhos pequeninos.
Isto é tudo aquilo que posso dar ao mundo: aceitem-no.
Mais uma vez os vossos pensamentos invadem os meus, misturam-se, confrontam-se, vencem ou perdem nesse jogo explícito na folha de papel.
Sinto que não vos dou tudo, quero poder dar-vos sempre mais e mais, em cada palavra, em cada gesto, em cada sonho nosso. Não perco a Esperança de vislumbrar os vossos sorrisos, porque apenas isso me interessa. Ver-vos sorrir será sempre a recompensa e forma de colmatar esta revolta e dor que por vezes sinto no peito.
As conversas trocadas, as expressões faciais, o desabafo dos nossos mundo colidindo nessa amálgama de sentimentos.
Quero contar convosco, sempre! Quero abrir o meu coração e sentir que estão aí, ainda que não vos possa tocar, ainda que nunca os tenha visto, ainda que pareça irreal demais, quero saber que estão comigo.
Vocês, os sorrisos, as palavras, a amizade patente em cada minuto e segundo de euforia, de ansiedade, de expectativa...
Viver, no verdadeiro sentido da palavra, entendem? Quero viver! Não quero ser apenas mais um pedaço de figura animada que circula pelos corredores da vida. Porque ninguém me retirará os sonhos, nem as asas para que possa voar, deixem-me ir, para bem longe, para onde ninguém nos oiça, para onde ninguém nos conheça.
No entanto, quero levar-vos comigo, numa nova aventura, num novo dia em que seremos os aventureiros da vida.
Obrigado
Obrigado não basta. Para todos aqueles que sempre estiveram a nosso lado, nas vitórias, nas derrotas e nos empates. Para os que ampararam as nossas lágrimas e sorrisos, para os que fizeram da nossa festa a sua e da nossa alegria o seu contentamento.
Para os que nos viram errar e nos mostraram sempre o caminho certo, para os que nos passaram a mão na cabeça em momentos de desespero.
Obrigado. Sem vocês não seria nada.
Não posso imaginar a minha vida sem o vosso toque de magia aconchegando-me a cada passo, sem as palavras mágicas que fazem com que brilhem os meus olhos.
Os laços que nos unem são bem mais que amizade ou companheirismo, são laços para toda a vida, jamais se quebrarão, nós sabemo-lo.
A nossa amizade não tem interesse, não tem sabor, não tem loucura, apenas essa sinceridade de quem encara a vida como um dia de cada vez.
Sorrio, sorrio, sorrio, hei-de sorrir até morrer, porque ao vosso lado sou feliz!
Porque ao vosso lado vejo bondade nas coisas más, vejo um pouco de alegria nos momentos tristes, vejo a vossa presença no lugar da solidão que um dia serenou no meu coração.
E obrigado não basta... Tenho de abraçar-vos com todas as minhas forças, acariciar-vos como se jamais nos víssemos, dizer-vos que vos amo - porque embora este tipo de sentimentos nos custe a exprimir, esta é a verdade.
Apenas vocês estarão sempre no meu pensamento, em tudo aquilo que sentir, que viver, que fizer existirão sempre as vossas mãozinhas de heróis indicando-me o caminho a seguir.
Vocês são uma luz que ilumina os meus dias na vasta escuridão do Universo, são a água quando tenho sede, a comida quando tenho fome, o carinho quando estou ávida dele.
Convosco cresci, aprendi que na vida precisamos dos outros e eles precisam de nós, aprendi que unidos podemos vencer, que juntos cantaremos a nossa glória em todos os momentos.
Mesmo quando tudo falhou, vocês estiveram lá, enxaguando as minhas lágrimas , dando-me a mão para que pudesse prosseguir até ao próximo obstáculo.
Juntos caímos, juntos nos erguemos.
E muito mais do que aquilo que fizeram por mim foi o sentimento com que o fizeram. Como pessoas humildes que me ofereceram o bem sem pedir nada me troca, como missionários que me deram sempre um abrigo e uma palavra de carinho. Como verdadeiros amigos que nunca colocaram a nossa amizade em causa nos momentos críticos.
Por isso, apenas Obrigado do fundo do meu coração.
Vocês merecem o mundo, mas como não posso vos posso dar-lho, ofereço o meu carinho num simples gesto de liberdade exposto numa folha de papel.
Para os que nos viram errar e nos mostraram sempre o caminho certo, para os que nos passaram a mão na cabeça em momentos de desespero.
Obrigado. Sem vocês não seria nada.
Não posso imaginar a minha vida sem o vosso toque de magia aconchegando-me a cada passo, sem as palavras mágicas que fazem com que brilhem os meus olhos.
Os laços que nos unem são bem mais que amizade ou companheirismo, são laços para toda a vida, jamais se quebrarão, nós sabemo-lo.
A nossa amizade não tem interesse, não tem sabor, não tem loucura, apenas essa sinceridade de quem encara a vida como um dia de cada vez.
Sorrio, sorrio, sorrio, hei-de sorrir até morrer, porque ao vosso lado sou feliz!
Porque ao vosso lado vejo bondade nas coisas más, vejo um pouco de alegria nos momentos tristes, vejo a vossa presença no lugar da solidão que um dia serenou no meu coração.
E obrigado não basta... Tenho de abraçar-vos com todas as minhas forças, acariciar-vos como se jamais nos víssemos, dizer-vos que vos amo - porque embora este tipo de sentimentos nos custe a exprimir, esta é a verdade.
Apenas vocês estarão sempre no meu pensamento, em tudo aquilo que sentir, que viver, que fizer existirão sempre as vossas mãozinhas de heróis indicando-me o caminho a seguir.
Vocês são uma luz que ilumina os meus dias na vasta escuridão do Universo, são a água quando tenho sede, a comida quando tenho fome, o carinho quando estou ávida dele.
Convosco cresci, aprendi que na vida precisamos dos outros e eles precisam de nós, aprendi que unidos podemos vencer, que juntos cantaremos a nossa glória em todos os momentos.
Mesmo quando tudo falhou, vocês estiveram lá, enxaguando as minhas lágrimas , dando-me a mão para que pudesse prosseguir até ao próximo obstáculo.
Juntos caímos, juntos nos erguemos.
E muito mais do que aquilo que fizeram por mim foi o sentimento com que o fizeram. Como pessoas humildes que me ofereceram o bem sem pedir nada me troca, como missionários que me deram sempre um abrigo e uma palavra de carinho. Como verdadeiros amigos que nunca colocaram a nossa amizade em causa nos momentos críticos.
Por isso, apenas Obrigado do fundo do meu coração.
Vocês merecem o mundo, mas como não posso vos posso dar-lho, ofereço o meu carinho num simples gesto de liberdade exposto numa folha de papel.
O último minuto
Quando vencermos os jogos no último minuto, pensa em ti.
Nada está perdido, ouviste?
Nem que os teus passos se percam nesse imenso corredor, nem que a tua voz se tranque nessas quatro paredes, nem que as tuas pernas fraquejem, a vitória não poderá escapar-te.
Continua a acreditar, sempre, até ao fim.
Ainda que as estrelas deixem de brilhar dá-lhe o teu brilho, a tua tonalidade, a tua luz.
Não desistas até que sejas digno de o fazer. Continua a lutar, a lutar.
Um dia a vida sorrira para ti e tu acenarás com um olhar vasto e brilhante, que levará consigo o orgulho e a garra de quem lutou para vencer.
Do esforço nasce a vitória, e das sementes que plantaste nascerão as árvores frutuosas que verei crescer diante dos meus olhos.
Saberei que não desististe, então sentirei que não tenho o direito de fazê-lo.
Na verdade, nenhum de nós tem esse direito, isso é apenas dar razão a quem nos julga incapazes de atingir determinados objectivos.
Humildemente seguirás levando nas mãos o calor da paixão daqueles que torcem por ti, caminharás seguro dos teus passos e cantarás connosco a tua glória.
È cedo para desistir, as nossas forças ainda não atingiram os limites e o coração ainda se propõe a sonhar, por isso, sorriremos como loucos, apenas loucos que não cederão a tentação de ficar pelo caminho.
Queremos atingir a meta, gritar ao mundo o nosso valor e mostrar-lhe o quando se enganaram a nosso respeito.
Então, vamos brilhar por breves instantes?
Estamos aqui, no palco onde tudo acontece, neste imenso mar de sonhos, nesta noite de luar que percorremos lentamente como quem espera pelo amanhecer.
Os nossos braços ganharão amanhã a pujança e o ardor que colocaremos em cada gesto, os nossos olhos cobrir-se-ão desse brilho que ilumina os homens quando a escuridão nos devasta, as nossas pernas pedirão mais caminho para percorrer e diante de nós surgirá o futuro. Atingi-lo-emos finalmente, com esforço, com lágrimas, com ânsia de tocar o céu.
Afinal nada estava perdido.
Nada está perdido, ouviste?
Nem que os teus passos se percam nesse imenso corredor, nem que a tua voz se tranque nessas quatro paredes, nem que as tuas pernas fraquejem, a vitória não poderá escapar-te.
Continua a acreditar, sempre, até ao fim.
Ainda que as estrelas deixem de brilhar dá-lhe o teu brilho, a tua tonalidade, a tua luz.
Não desistas até que sejas digno de o fazer. Continua a lutar, a lutar.
Um dia a vida sorrira para ti e tu acenarás com um olhar vasto e brilhante, que levará consigo o orgulho e a garra de quem lutou para vencer.
Do esforço nasce a vitória, e das sementes que plantaste nascerão as árvores frutuosas que verei crescer diante dos meus olhos.
Saberei que não desististe, então sentirei que não tenho o direito de fazê-lo.
Na verdade, nenhum de nós tem esse direito, isso é apenas dar razão a quem nos julga incapazes de atingir determinados objectivos.
Humildemente seguirás levando nas mãos o calor da paixão daqueles que torcem por ti, caminharás seguro dos teus passos e cantarás connosco a tua glória.
È cedo para desistir, as nossas forças ainda não atingiram os limites e o coração ainda se propõe a sonhar, por isso, sorriremos como loucos, apenas loucos que não cederão a tentação de ficar pelo caminho.
Queremos atingir a meta, gritar ao mundo o nosso valor e mostrar-lhe o quando se enganaram a nosso respeito.
Então, vamos brilhar por breves instantes?
Estamos aqui, no palco onde tudo acontece, neste imenso mar de sonhos, nesta noite de luar que percorremos lentamente como quem espera pelo amanhecer.
Os nossos braços ganharão amanhã a pujança e o ardor que colocaremos em cada gesto, os nossos olhos cobrir-se-ão desse brilho que ilumina os homens quando a escuridão nos devasta, as nossas pernas pedirão mais caminho para percorrer e diante de nós surgirá o futuro. Atingi-lo-emos finalmente, com esforço, com lágrimas, com ânsia de tocar o céu.
Afinal nada estava perdido.
Vai!
Disseste-me que querias ir em busca do teu sonho, querias ser feliz fazendo aquilo que mais amavas.
Então, vai! Solta a tua magia por esse mundo fora, mostra o teu valor a todas as pessoas que ainda o desconhecem, sonha como sempre fizeste até aqui!
Nunca te esqueças que sem sonho jamais existirá realidade, por isso, de noite, quando adormeceres apenas desejo que diante de ti surjam coisas bonitas.
Quiseste superar os sonhos que um dia tiveste, os desejos que perduraram nesse nobre coração e essa enorme vontade de seguir em frente e vencer as adversidades que a vida colocou no teu caminho.
Vai! Em busca do teu sonho, do teu mundo, do espaço para brilhar que está destinado para ti. Busca no céu a reluzente estrela que te indicou o caminho a seguir, fá-lo com humildade, esforço e dedicação, depois, ilumina-nos com a luz da tua felicidade.
Ès forte. Sei disso. Ainda que tenhas saudade e vontade de regressar, sei que ficarás, porque sei igualmente que amas aquilo que vais fazer e darias a vida por isso.
Mereces o mundo, querida. Nas palmas das tuas mãos ainda estão os actos de bondade, alegria e sinceridade pura que ofereceste aos outros sem lhes pedires nada em troca.
Agora, é hora de voares. Procurares o horizonte de que tantas vezes falaste como se ele se tratasse apenas de uma miragem. Está diante de ti, agarra-o fortemente, não o deixes escapar por entre os dedos!
Nunca tenhas medo de errar, porque apenas não erram aqueles que não arriscam.
Daqui em diante, será a tua grande paixão que determinará os singelos traços da tua vida, apenas tu poderás lutar, vencer, empatar e perder.
Estou a torcer por ti, ouviste?
Quando as pernas te fraquejarem e o corpo te pedir descanso, sorri, sorri sempre! Estarei na bancada para te devolver esse sorriso repleto de alegria e glória, disposta a gritar por ti em todos os momentos da vida.
Apenas quero que sejas feliz.
A tua felicidade e as tuas vitórias serão o espelho do orgulho que sentimos por poder ter-te junto a nós.
Esperamos por ti, no palco dos sonhos, na planície da vida, na loucura da adolescência e no sítio onde tantas vezes partilhámos as nossas ilusões.
Vencerás por nós, mas sobretudo fá-lo-ás por ti e por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, acreditaram em ti e depositaram um pouco deles na pessoa fantástica e afável que és.
Liberta-te menina. Mostra-lhes aquilo que nos mostraste em tempos nas timidez dos nossos dias, fá-los acreditar que o teu talento conquistará o mundo, porque nós sabemo-lo melhor que ninguém.
Em busca do sonho trilhaste o teu próprio destino, agora, apenas o teu sorriso de campeã me diz que venceste.
Para mim, Joana, isso basta.
Então, vai! Solta a tua magia por esse mundo fora, mostra o teu valor a todas as pessoas que ainda o desconhecem, sonha como sempre fizeste até aqui!
Nunca te esqueças que sem sonho jamais existirá realidade, por isso, de noite, quando adormeceres apenas desejo que diante de ti surjam coisas bonitas.
Quiseste superar os sonhos que um dia tiveste, os desejos que perduraram nesse nobre coração e essa enorme vontade de seguir em frente e vencer as adversidades que a vida colocou no teu caminho.
Vai! Em busca do teu sonho, do teu mundo, do espaço para brilhar que está destinado para ti. Busca no céu a reluzente estrela que te indicou o caminho a seguir, fá-lo com humildade, esforço e dedicação, depois, ilumina-nos com a luz da tua felicidade.
Ès forte. Sei disso. Ainda que tenhas saudade e vontade de regressar, sei que ficarás, porque sei igualmente que amas aquilo que vais fazer e darias a vida por isso.
Mereces o mundo, querida. Nas palmas das tuas mãos ainda estão os actos de bondade, alegria e sinceridade pura que ofereceste aos outros sem lhes pedires nada em troca.
Agora, é hora de voares. Procurares o horizonte de que tantas vezes falaste como se ele se tratasse apenas de uma miragem. Está diante de ti, agarra-o fortemente, não o deixes escapar por entre os dedos!
Nunca tenhas medo de errar, porque apenas não erram aqueles que não arriscam.
Daqui em diante, será a tua grande paixão que determinará os singelos traços da tua vida, apenas tu poderás lutar, vencer, empatar e perder.
Estou a torcer por ti, ouviste?
Quando as pernas te fraquejarem e o corpo te pedir descanso, sorri, sorri sempre! Estarei na bancada para te devolver esse sorriso repleto de alegria e glória, disposta a gritar por ti em todos os momentos da vida.
Apenas quero que sejas feliz.
A tua felicidade e as tuas vitórias serão o espelho do orgulho que sentimos por poder ter-te junto a nós.
Esperamos por ti, no palco dos sonhos, na planície da vida, na loucura da adolescência e no sítio onde tantas vezes partilhámos as nossas ilusões.
Vencerás por nós, mas sobretudo fá-lo-ás por ti e por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, acreditaram em ti e depositaram um pouco deles na pessoa fantástica e afável que és.
Liberta-te menina. Mostra-lhes aquilo que nos mostraste em tempos nas timidez dos nossos dias, fá-los acreditar que o teu talento conquistará o mundo, porque nós sabemo-lo melhor que ninguém.
Em busca do sonho trilhaste o teu próprio destino, agora, apenas o teu sorriso de campeã me diz que venceste.
Para mim, Joana, isso basta.
Veni,vidi,vici
Certo dia com teus olhos cobertos de lágrimas, teu coração repleto de amor, e teus contornos faciais inesquecíveis disseste-nos: Venham, vejam e vençam.
Pediste que fossemos fortes, mesmo que diante de nós se impusessem obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Pediste-nos garra, pediste-nos amor e sobretudo respeito uns pelos outros. A glória não está na perfeição mas sim na simplicidade com que a atingimos.
Não. Nunca desistimos nem nunca desistiremos, os nossos ideais continuam bem patentes na nossa “caixinha” que é o coração e vamos lutar por eles até ao limite.
Porque contigo aprendíamos a sonhar, a viajar pelo nosso pensamento, a ser mais fortes e unidos.
Chegámos sim, nobres meninos, carregados de medos e incertezas, olhámos à nossa volta quando o mundo parecia ser tão grande para a nossa dimensão, depois talvez tenhamos conseguido vencer. Porque a vitória não está na palavra, nem no prémio, reside sim no coração de quem conseguiu alcançá-la com humildade. E aqueles que julgam tudo saber, são os que nada sabem. São os ignorantes, os senhores da razão que afinal não passam de rostos afincados que escondem por detrás de si uma enorme falta.
Sempre nos disseste que tínhamos de ser humildes, sabendo subir pouco a pouco, aprendendo, errando, ensinando, morrendo e nascendo a cada segundo...
Só nós fomos por momentos os seres mais completos que poderíamos imaginar, só nós realizamos as nossas ambições e podíamos dizer-te que havíamos vencido. E quando pensávamos que a felicidade estava perto de nós, já estávamos a vivê-la com toda a nossa euforia e simplicidade.
Hoje, talvez já não saibamos distinguir aquilo que vive nos nossos corações. A união atenuou, cada vez mais, somos seres distantes e perdidos neste mundo louco. Não temos mais apetrechos para combater o mal, como tínhamos anteriormente, agora somos tão frágeis como a folha de uma árvore em pleno Outono. Sentimos que as nossas mãos já não estão cheias, como dizias, agora, só o vazio existe. A irreverência foi substituída pelo medo de sonhar mais além, a vontade deu lugar ao acomodamento e hoje somos aquilo que um dia prometemos nunca vir a ser.
Amadurecémos, porém deixámos para trás o nosso valor pessoal, a união e o espírito que nos bons e maus momentos nos mantinha de mãos dadas. Agora nada mais somos que pedaços desse puzzle que quando completo conseguia ser encantador, mas separado nada vale.
Já não conseguimos fazer uso das nossas potencialidades, tornámo-nos bastante individualistas para admitir que somos um conjunto.
Não nos ensinaste nada disto, mas a vida tornou-nos assim, frios e distantes, egoístas e levianos. Desculpa. Não foi nada disto que pensámos dizer-te, infelizmente, fazemo-lo com as lágrimas correndo dos nossos rostos de meninos que outrora acariciaste.
Mas, nem tudo está perdido, ainda existem marcas do nosso valor e vamos saber recuperá-lo, porque tal como dizias querida VONTADE, seremos sempre capazes de tudo, desde que acreditemos realmente em tudo o que existe em nós e saibamos reconhecer o valor dos outros.
E o que hoje é derrota amanhã será vitória. Prometemos.
Pediste que fossemos fortes, mesmo que diante de nós se impusessem obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Pediste-nos garra, pediste-nos amor e sobretudo respeito uns pelos outros. A glória não está na perfeição mas sim na simplicidade com que a atingimos.
Não. Nunca desistimos nem nunca desistiremos, os nossos ideais continuam bem patentes na nossa “caixinha” que é o coração e vamos lutar por eles até ao limite.
Porque contigo aprendíamos a sonhar, a viajar pelo nosso pensamento, a ser mais fortes e unidos.
Chegámos sim, nobres meninos, carregados de medos e incertezas, olhámos à nossa volta quando o mundo parecia ser tão grande para a nossa dimensão, depois talvez tenhamos conseguido vencer. Porque a vitória não está na palavra, nem no prémio, reside sim no coração de quem conseguiu alcançá-la com humildade. E aqueles que julgam tudo saber, são os que nada sabem. São os ignorantes, os senhores da razão que afinal não passam de rostos afincados que escondem por detrás de si uma enorme falta.
Sempre nos disseste que tínhamos de ser humildes, sabendo subir pouco a pouco, aprendendo, errando, ensinando, morrendo e nascendo a cada segundo...
Só nós fomos por momentos os seres mais completos que poderíamos imaginar, só nós realizamos as nossas ambições e podíamos dizer-te que havíamos vencido. E quando pensávamos que a felicidade estava perto de nós, já estávamos a vivê-la com toda a nossa euforia e simplicidade.
Hoje, talvez já não saibamos distinguir aquilo que vive nos nossos corações. A união atenuou, cada vez mais, somos seres distantes e perdidos neste mundo louco. Não temos mais apetrechos para combater o mal, como tínhamos anteriormente, agora somos tão frágeis como a folha de uma árvore em pleno Outono. Sentimos que as nossas mãos já não estão cheias, como dizias, agora, só o vazio existe. A irreverência foi substituída pelo medo de sonhar mais além, a vontade deu lugar ao acomodamento e hoje somos aquilo que um dia prometemos nunca vir a ser.
Amadurecémos, porém deixámos para trás o nosso valor pessoal, a união e o espírito que nos bons e maus momentos nos mantinha de mãos dadas. Agora nada mais somos que pedaços desse puzzle que quando completo conseguia ser encantador, mas separado nada vale.
Já não conseguimos fazer uso das nossas potencialidades, tornámo-nos bastante individualistas para admitir que somos um conjunto.
Não nos ensinaste nada disto, mas a vida tornou-nos assim, frios e distantes, egoístas e levianos. Desculpa. Não foi nada disto que pensámos dizer-te, infelizmente, fazemo-lo com as lágrimas correndo dos nossos rostos de meninos que outrora acariciaste.
Mas, nem tudo está perdido, ainda existem marcas do nosso valor e vamos saber recuperá-lo, porque tal como dizias querida VONTADE, seremos sempre capazes de tudo, desde que acreditemos realmente em tudo o que existe em nós e saibamos reconhecer o valor dos outros.
E o que hoje é derrota amanhã será vitória. Prometemos.
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