sexta-feira, dezembro 01, 2006

A minha amizade nas mãos do mundo

O teu sorriso quase a fingir que estás feliz, o teu sorriso que mesmo quando a alegria não mora do lado de dentro consegue ser sempre tão puro e sincero. Porque apenas a simplicidade habita nesse mundo.
Por momentos, esqueço as lágrimas que tantas vezes desenharam figuras pelo teu rosto, o sofrimento que vive aí nesse cantinho escondido do peito.
Enquanto sorris esqueço tudo. A fome, o frio, o medo, esqueço os corações que matam lá fora julgando poder vencer o mundo.
Depois, na minha voz sumida,
- Como estás? ,
E tu quase sem saber que me dizer, com as lágrimas a empurrarem-se umas às outras e a ameaçar saltar para o meu mundo.
Beijo-te a face.
Sabes…por vezes é tão difícil fazê-lo, mostrar que estou aqui e és alguém dentro de mim.
Mas eu sei que entenderás, porque o meu beijo é o,
- Conta comigo,
Que os meus lábios jamais conseguirão pronunciar.
Depois, vou embora, levo-te no pensamento, para onde quer que vá, percorra quantos mundos percorrer. Porque hei-de sempre recordar-me, que por mais tristeza que exista , há-de existir sempre um sorriso sincero e terno, um sorriso que vem de dentro e se deposita no meu coração.
Porque apenas tu te entregas ao mundo, naquilo que és, na bondade que te habita, na humildade que te faz, na menina que já é imensamente mulher.
Não te peço que esqueças as tristezas, eu bem sei que é utopia e mentira!
Porém, lembra-te que sem tristeza não haveria alegria, que sem ódio não existiria amor, que sem corações maus seria impossível distingui-los dos bons.
Os homens fazem-se aos poucos, conhecem-se e constroem-se, tal como casas.
Por isso, lembra-te sempre que te cabe a ti escolher os bons tijolos, aqueles que não ruirão à primeira rajada de vento, os que permanecerão firmes quando tudo o resto cair.
Esses tijolos serão o teu sorriso quando a vontade de chorar for maior.
Lembra-te que toda a casa tem bons e maus tijolos, e que sem uns os outros não existiriam.
Sorri, chora, grita, luta, cai, ergue-te e vence.
Mas, faz da vida o teu campo, semeia os teus valores e encarrega-te de vê-los crescer, tal como uma semente que brota sob o olhar atento da mãe.
O meu coração estará sempre aberto para o teu sorriso nobre, para a gargalhada sincera, para essa amizade tão grande que não cabe nas mãos do mundo.

Isa Mestre

1 comentário:

Miguel Roa Guzmán disse...

Muy bonito.Enhorabuena.Gracias por tus escritos.
Nos gustaría contar con alguno para nuestra revista, quiero que se publique en español y en portugués.
Elige aquel que más te guste o escribe uno para nosotros.
Obrigado