terça-feira, maio 31, 2005

Rascunhos de alma

São tolos os que não pensam, mas mais tolos são os que não sentem.
Que frieza impera nessas expressões tristes e monótonas? Para onde foi o brilho dos nossos sorrisos? Onde está a energia e a alegria com que viemos ao mundo?
A nossa existência é feita de puros momentos de extâse, dos sentimentos que albergamos em nós e da nossa própria “essência”.
Há muito que nos habituámos a cingir por estúpidas regras que nos levam apenas à mesquinhice e ao egoísmo.
Quem somos nós? Aqueles que nas ruas vêem os mendigos e são incapazes de levar-lhes algum carinho, os que preferem estar “alegres” através do álcool do que pela sua expressão natural... Digam-me!
Que sociedade é esta? Talvez seja a voz da revolta que fala, mas deparamo-nos constantemente com uma sociedade que não sabe sentir.
Uma sociedade regida pelos interesses, pelo dinheiro que corrompe os nossos sentimentos.
Falava sobre voluntariado um dia destes, e sabem aquilo que ouvi destes humanos que se julgam senhores do mundo? Ouvi que não fariam voluntariado porque não eram remunerados. Para os jovens de hoje em dia, tal como eu, é duro ver esta realidade, esta ilha, este beco sem saída em que se encontra a humanidade.
Bem sei que os jovens não se devem preocupar com assuntos que pela sua perplexidade mais de identificam com os adultos, mas como podemos ficar indiferentes? Como podemos referenciar as nossas belas experiências quando à nossa volta o céu está cinzento e carregado de injustiça?
Nós queríamos um mundo melhor, nós desejávamos que no futuro pudéssemos melhores exemplos para os nossos filhos. Nós queríamos crescer sem o fantasma da guerra a nosso lado, nós queríamos viver sem a ameaça permanente da morte...
Filhos do mundo, filhos do vento, filhos da chuva e do Sol, é isso que somos todos.
Não interessa se uns são mais ricos e outros mais pobres, se uns vivem e outros morrem, se uns são mais felizes e outros menos, se uns são heróis e outros desconhecidos, o que importa é aquilo que existe cá dentro. Quer sejamos novos ou velhos, os sentimentos e os laços que nos prendem a este mundo serão para sempre infindáveis.
As nossas regras compostas numa sociedade em decadência serão apenas a crista de uma enorme onda, na qual navega a profundeza do nosso Ser.
Seremos sempre nós... Nós, os outros e aquilo que sentimos em relação ao mundo.
Enquanto tudo isso existir, então estamos vivos, para nós e para a Humanidade.

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