sexta-feira, outubro 14, 2005

Adeus não! Até logo.

Sinto a tua falta.
Das palavras carinhosas, dos gestos que apenas tu conseguias fazer na perfeição, do teu toque, do beijo que nos depositavas na faces sempre com o mesmo carinho, do adeus sempre tão sentido, sinto falta de partir olhar para trás e ter a certeza de que tu estás lá para me acenares da varanda.
E quando os outros nos rejeitavam os desejos de criança, tu estavas sempre lá, confortando-nos, fazendo algo para que pudéssemos ser felizes. Acariciavas-nos a cabeça, adormecias-nos no teu colo como se isso pudesse ser resolução para todas as nossas brigas. E era-o realmente. Obrigado, avó.
Dói muito.
Pensar que da próxima vez que algo não correr bem tu já não vais estar presente para amparar as nossas lágrimas.
Oxalá pudesse ter-te dito o quanto te amava...
Desculpa. Se algumas vezes as palavras estavam demasiado verdes para serem ditas, agora só me apetece dizer-te: Amo-te, amo-te muito.
No entanto, agora, as minhas palavras já não passam de ecos, de sons que se perdem ao final do corredor da vida.
Lembrarei sempre esse sorriso nobre, a expressão doce, o amor que tinhas para oferecer ao mundo. Por isso, continuarei a sorrir, tal como tu o fazias, sorrirei até que a morte me leve.
Jamais te esquecerei.
Estarei sempre aqui, serei sempre um pouco daquilo que me deste, do que me ensinaste, do que me levaste a descobrir pelos caminhos da vida.
Foi pelas tuas mãos que tantas vezes caminhei, impediste-me de cair pois o teu carinho amparava-me nessa correria louca, própria da minha meninice.
Escrevo-te, avó, porque tenho a certeza que podes ouvir-me, que me sentes, que me beijas de noite como tantas vezes o fizeste, e que me acordas de manhã da forma única como apenas tu o fazias.
Continuo a ouvir-te, no seio do meu coração, na lágrima que me corre das faces, na alegria que foi ter partilhado a minha vida contigo.
Partiste, mas para mim estarás sempre aqui, cada vez mais perto, num sítio onde podemos caminhar e partilhar os nossos sentimentos.
Disseste-me “até logo”, avó. Depois partiste, jamais regressaste desse mundo de lá, mas, sei que um dia te encontrarei, afinal foi apenas como se nos despedíssemos para uma ida às compras.
Por isso, até logo.
Nunca te esqueças que te amo.

3 comentários:

Anónimo disse...

não tenho tanto geito para escrever cmo tu, para ditar todas as minhas angustias e os meus pecados, como tu o fazes de forma tão sublime e xeia de emoção.
o texto ta mto giruuu.....
beijinhux....Milene

Anónimo disse...

como o prometido é devido aqui vai o comment para a grande escritora. O teu modo de escrever é demasiado teu, quando leio um texto teu já sei, por vezes, o que esperar, mas é em vão... quando menos espero lá estás tu a escrever o que eu não esperava... Gostei, gosto de quase todos os teus textos. Em especial deste, porque fala da perda de um ente querido... E quando menos esperamos dizemos "adeus", mas é mentira, porque afinal dizemos sempre "até logo"... Segue em frente! I'm with you. Pipo. :)

Tyna! disse...

o texto tá espectacular, só k eu n tenho jeito pa comentar coisas sérias...e tb sei o k é perder um ente querido...
bjos e fika bem