sexta-feira, novembro 04, 2005

Na escuridão da noite

Evitas o dia, como se a sua luz pudesse corroer os pedaços de solidão e de tristeza que te invadem a alma.
Pedes que te fechem as janelas, que te cerrem as portas que te podem ligar a este nosso mundo louco.
Queres a solidão, pede-la tal como os poetas desesperados pedem a morte.
A campainha toca, as nossas mãos estão cansadas de tanto esbracejar e pedir-te que abras a porta do teu mundo para que possamos entrar, as nossas gargantas estão inflamadas pelo rancor e pelo ódio que expressas nas palavras amargas e solitárias.
«Desapareçam», gritas-nos com voz autoritária e feroz, ages como um louco que teme falhar e desiludir a solidão. Queríamos um tractor para lavrar o teu sofrimento e semear nesse coração o amor que outrora nos aproximou de ti. Até quando pensas sobreviver sozinho? Na escuridão da noite, nos passos incertos e indeterminados por esse quarto negro, nesse trepar pelas paredes que nos separam de ti.
Escondes-te…Continuas a agir como um cobarde, como um ladrão que roubou a nossa felicidade e teme ser apanhado, como um egocêntrico que o mundo abandonou à beira mar.
Olha para a humanidade, julgas que somos todos felizes? Cada um faz pela sua felicidade, pelo que é, pelo que será amanhã. E tu continuas de braços cruzados à espera que a morte te colha no teu berço abandonado. Luta!
Abandona a escuridão, deixa a solidão para aqueles que, infelizmente, já não podem viver na companhia dos outros.
Vive a vida e não te preocupes com o amanhã. O mundo de lá pode ser bonito, mas aqui também o é.
Deixa que as cortinas dos teus olhos se encantem com aquilo que acontece lá fora, por detrás das paredes obscuras e sólidas que te rodeiam.
Serás um homem completo quando permitires aos outros que te possam completar, encher os teus talentos, preencher os teus dias com a sua alegria.
Abandona a tua capa negra e vêm para o nosso País Azul, onde as pessoas, tal como os pássaros podem voar, voar e voar, sem rumo, sem fim, sem barreiras.
Abre os teus braços e acolhe o mundo que outrora te abraçou aquando da tua primeira lufada de ar fresco. Sê feliz longe dos demónios que te perseguem, deixa-nos entrar no teu mundo, connosco levamos o sol, o brilho das coisas bonitas, o éden do presente, o perfume da alegria que paira no ar.
Não há tristezas, ouviste?


Isa Mestre

2 comentários:

Anónimo disse...

bem um já tá... =)
eh pah tu tens uma kapaxidade e um talento pa escrever k n t dgo nada... tu tas (GOLOOOOOO..lol) lá gaja.. mas e k tas mem ;) ***beijokas.. (adrei konhecer-t)
**muah!

Anónimo disse...

oi isa! Bem tive a ler com atenção alguns dos teus textos e fiquei completamente sem palavras! Eu ja sabia que tu escrevias bem, mas nunca pensei que tivesses tanto talento! Admiro muito esta tua vocação. Tenho uma futura escritora na minha turma,loooool! Eu gostei especialmente do "ser português", acho que está mesmo muito fixe.
Continua a escrever porque acho que tens mesmo talento! Boa sorte para ti amiga! jinhuxx...fika bem**