quarta-feira, setembro 07, 2005

O último minuto

Quando vencermos os jogos no último minuto, pensa em ti.
Nada está perdido, ouviste?
Nem que os teus passos se percam nesse imenso corredor, nem que a tua voz se tranque nessas quatro paredes, nem que as tuas pernas fraquejem, a vitória não poderá escapar-te.
Continua a acreditar, sempre, até ao fim.
Ainda que as estrelas deixem de brilhar dá-lhe o teu brilho, a tua tonalidade, a tua luz.
Não desistas até que sejas digno de o fazer. Continua a lutar, a lutar.
Um dia a vida sorrira para ti e tu acenarás com um olhar vasto e brilhante, que levará consigo o orgulho e a garra de quem lutou para vencer.
Do esforço nasce a vitória, e das sementes que plantaste nascerão as árvores frutuosas que verei crescer diante dos meus olhos.
Saberei que não desististe, então sentirei que não tenho o direito de fazê-lo.
Na verdade, nenhum de nós tem esse direito, isso é apenas dar razão a quem nos julga incapazes de atingir determinados objectivos.
Humildemente seguirás levando nas mãos o calor da paixão daqueles que torcem por ti, caminharás seguro dos teus passos e cantarás connosco a tua glória.
È cedo para desistir, as nossas forças ainda não atingiram os limites e o coração ainda se propõe a sonhar, por isso, sorriremos como loucos, apenas loucos que não cederão a tentação de ficar pelo caminho.
Queremos atingir a meta, gritar ao mundo o nosso valor e mostrar-lhe o quando se enganaram a nosso respeito.
Então, vamos brilhar por breves instantes?
Estamos aqui, no palco onde tudo acontece, neste imenso mar de sonhos, nesta noite de luar que percorremos lentamente como quem espera pelo amanhecer.
Os nossos braços ganharão amanhã a pujança e o ardor que colocaremos em cada gesto, os nossos olhos cobrir-se-ão desse brilho que ilumina os homens quando a escuridão nos devasta, as nossas pernas pedirão mais caminho para percorrer e diante de nós surgirá o futuro. Atingi-lo-emos finalmente, com esforço, com lágrimas, com ânsia de tocar o céu.
Afinal nada estava perdido.

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