quarta-feira, setembro 07, 2005

Veni,vidi,vici

Certo dia com teus olhos cobertos de lágrimas, teu coração repleto de amor, e teus contornos faciais inesquecíveis disseste-nos: Venham, vejam e vençam.
Pediste que fossemos fortes, mesmo que diante de nós se impusessem obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Pediste-nos garra, pediste-nos amor e sobretudo respeito uns pelos outros. A glória não está na perfeição mas sim na simplicidade com que a atingimos.
Não. Nunca desistimos nem nunca desistiremos, os nossos ideais continuam bem patentes na nossa “caixinha” que é o coração e vamos lutar por eles até ao limite.
Porque contigo aprendíamos a sonhar, a viajar pelo nosso pensamento, a ser mais fortes e unidos.
Chegámos sim, nobres meninos, carregados de medos e incertezas, olhámos à nossa volta quando o mundo parecia ser tão grande para a nossa dimensão, depois talvez tenhamos conseguido vencer. Porque a vitória não está na palavra, nem no prémio, reside sim no coração de quem conseguiu alcançá-la com humildade. E aqueles que julgam tudo saber, são os que nada sabem. São os ignorantes, os senhores da razão que afinal não passam de rostos afincados que escondem por detrás de si uma enorme falta.
Sempre nos disseste que tínhamos de ser humildes, sabendo subir pouco a pouco, aprendendo, errando, ensinando, morrendo e nascendo a cada segundo...
Só nós fomos por momentos os seres mais completos que poderíamos imaginar, só nós realizamos as nossas ambições e podíamos dizer-te que havíamos vencido. E quando pensávamos que a felicidade estava perto de nós, já estávamos a vivê-la com toda a nossa euforia e simplicidade.
Hoje, talvez já não saibamos distinguir aquilo que vive nos nossos corações. A união atenuou, cada vez mais, somos seres distantes e perdidos neste mundo louco. Não temos mais apetrechos para combater o mal, como tínhamos anteriormente, agora somos tão frágeis como a folha de uma árvore em pleno Outono. Sentimos que as nossas mãos já não estão cheias, como dizias, agora, só o vazio existe. A irreverência foi substituída pelo medo de sonhar mais além, a vontade deu lugar ao acomodamento e hoje somos aquilo que um dia prometemos nunca vir a ser.
Amadurecémos, porém deixámos para trás o nosso valor pessoal, a união e o espírito que nos bons e maus momentos nos mantinha de mãos dadas. Agora nada mais somos que pedaços desse puzzle que quando completo conseguia ser encantador, mas separado nada vale.
Já não conseguimos fazer uso das nossas potencialidades, tornámo-nos bastante individualistas para admitir que somos um conjunto.
Não nos ensinaste nada disto, mas a vida tornou-nos assim, frios e distantes, egoístas e levianos. Desculpa. Não foi nada disto que pensámos dizer-te, infelizmente, fazemo-lo com as lágrimas correndo dos nossos rostos de meninos que outrora acariciaste.
Mas, nem tudo está perdido, ainda existem marcas do nosso valor e vamos saber recuperá-lo, porque tal como dizias querida VONTADE, seremos sempre capazes de tudo, desde que acreditemos realmente em tudo o que existe em nós e saibamos reconhecer o valor dos outros.
E o que hoje é derrota amanhã será vitória. Prometemos.

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